Sonda Roseta fotografa asteroide de perto

A sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), cruzou o caminho do asteroide Lutécia a uma distância de pouco mais de 3 mil quilômetros e enviou uma enorme quantidade de dados científicos de volta à Terra no último dia 10. 

A rocha de cerca de 120 km de extensão na sua dimensão mais longa é o maior asteroide já investigado por um satélite. 

Imagens enviadas pela sonda mostram que o Lutécia parece ter um formato bastante irregular e sua superfície é marcada por um grande número de crateras, abertas por impactos com outros corpos, além de algumas reentrâncias que intrigaram os cientistas. 

O encontro espacial aconteceu a cerca de 454 milhões de quilômetros da Terra, além da órbita de Marte. 

Foto mais próxima tirada do Lutécia pela sonda Rosetta.

Origens do asteroide
 

A expectativa dos cientistas é de que os dados gerados pela nave ajudem a identificar as origens do asteroide. 

“As imagens são majestosas, me deixaram sem fôlego”, afirmou o professor David Southwood, da ESA. 

Até hoje, telescópios baseados na Terra encontraram muitas dificuldades ao tentar classificar o asteroide. Algumas observações indicavam tratar-se de um corpo muito primitivo, com poucas mudanças desde sua formação. 

No entanto, outras medições parecem revelar a existência de metais na sua superfície, o que significaria que o grande rochedo espacial já estaria em um estágio mais avançado de evolução. 

Outra hipótese é que Lutécia seja um fragmento de um asteroide muito maior que teria se despedaçado em uma colisão. 

Os cientistas esperam que as informações coletadas por Rosetta ajudem a responder estas perguntas. 

Análises científicas 

Quase todos os instrumentos na sonda ficaram ligados durante várias horas no período em que o asteroide passou mais perto, às 12h44m deste sábado. 

Espectômetros, experimentos sobre campo magnético e plasma, além de rádio, entre outros, reuniram a maior quantidade possível de informações sobre o corpo, que passou a uma velocidade relativa de 15 km/s e à distância mínima de 3.162 km. 

Nos próximos dias, os especialistas devem se debruçar sobre esses dados, antes de anunciar qualquer conclusão sobre o asteroide.

Autor: BBC