Após desenvolverem o protótipo de um sistema de comunicação sem fio alimentado por energia solar, os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) agora querem fazer parcerias com empresas para levar a tecnologia também para fora do campus. O sistema, resultado da tese de mestrado do engenheiro Rafael Herrero Alonso realizada há cerca de dois anos, está sendo aperfeiçoado pelo Núcleo de Engenharia de Mídias do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI).
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Instalado em postes de iluminação na Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista, o Wi-Fi Solar é utilizado atualmente pelos estudantes e funcionários do campus. Formado por painel solar, roteador, baterias e controlador de energia, o protótipo foi concebido para permitir o acesso à internet sem fio por notebooks e celulares em ambientes externos, como parques, construções e praias, por exemplo.
Segundo Alonso, além de reduzir custos com cabos elétricos, o sistema economiza na hora da instalação, já que não precisa de mão-de-obra especializada. “A economia pode chegar a 40%”, diz ele. Outra vantagem da tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da USP, de acordo com o engenheiro, é o lado ecológico. “No Brasil há uma possibilidade enorme de utilização de energia solar e hoje essa energia está sendo desperdiçada.”
A pesquisa, que continua em andamento, pretende agora diminuir o peso e as dimensões dos aparelhos – o sistema pesa cerca de 20 quilos – e a eficiência do painel solar. Os modelos instalados no campus operam no mínimo oito horas por dia. À noite, é utilizada a energia captada e armazenada nas baterias.
O desenvolvimento dos primeiros protótipos, além do engenheiro Rafael Alonso, contou com a colaboração dos professores Marcelo Zuffo e Roseli de Deus Lopes, da Escola Politécnica (Poli), e do engenheiro Hilel Becher, gerente do Núcleo de Engenharia de Mídias.
Autor: IG