A petroleira britânica British Petroleum (BP) conseguiu nesta quinta-feira frear o vazamento de gás e petróleo no Golfo do México com sua estratégia de injetar lama no local, de acordo com declaração do chefe da Guarda Costeira americana, almirante Thad Allen.
Segundo Allen, a operação, chamada de “top kill”, conseguiu “estabilizar o topo do poço”, mas acrescentou que ainda é muito cedo para declarar que a operação foi vitoriosa.
O almirante disse em entrevista à rádio WWL First News, dos Estados Unidos, que o procedimento iniciado na quarta-feira injetou a quantidade de fluido necessária para bloquear a saída de petróleo e gás.
“Eles conseguiram estabilizar o topo do poço, estão injetando lama nele. Eles paralisaram a subida dos hidrocarbonetos por ele”, afirmou.
No entanto, o procedimento da BP ainda está em andamento, e a própria petroleira não fez comentários mais detalhados a respeito, afirmando apenas que a operação continua.
De acordo com Allen, ainda há pressão no vazamento, apesar de ser em níveis baixos.
Quando os engenheiros conseguirem reduzir a pressão a zero, eles começarão outra parte do processo, a de injetar cimento no buraco para selar o poço danificado, segundo informou o almirante.
O vazamento está ocorrendo a 1.524 metros de profundidade e teve início depois que a plataforma de petróleo Deepwater Horizon explodiu e afundou, em 20 de abril, causando a morte de 11 funcionários.
Tamanho do vazamento
O vazamento vem liberando milhares de barris de petróleo diariamente na costa do Estado americano da Louisiana.
A diretora do Centro de Pesquisas Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), Marcia McNutt, estimou que o vazamento seja de entre 12 mil e 19 mil barris por dia.
Até o agora, a BP tinha estimado que o vazamento era de 5 mil barris de petróleo por dia, mas acrescentou que este número não é confiável.
Também nesta quinta-feira, a diretora da agência federal americana que supervisiona a exploração de petróleo em plataformas, apresentou sua renúncia, segundo a emissora de TV americana ABC.
A saída de Elizabeth Birnbaum, sob pressão devido ao acidente no Golfo, ocorre no mesmo dia em que o presidente americano, Barack Obama, deve estender a proibição de perfurações em busca de petróleo em águas profundas da costa americana por mais seis meses, em resposta ao vazamento.
Um conselheiro da Casa Branca afirmou que alguns projetos petroleiros no Golfo do México e na costa dos Estados da Virgínia e do Alasca serão cancelados.
Autor: BBC