A mineradora Vale, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os fundos de pensão da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobras (Petros) anunciaram na manhã desta quarta-feira (5) a formação de um fundo de reflorestamento com patrimônio de R$ 605 milhões, cuja atuação terá impacto direto em terras da Amazônia. Em entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro, dirigentes das empresas disseram que a ideia é recuperar áreas degradadas de florestas no Pará a partir de parcerias com fazendeiros.
Para realizar o projeto, as empresas identificaram fazendas com titularidade de terra e que podem ser regularizadas. A proposta é arrendar as propriedades e investir em seu reflorestamento. A longo prazo, a madeira produzida nas terras poderá suprir demandas da Vale ou ser comercializada.
A divisão do fundo ainda está em fase final de negociação, mas 40% do total deverão ir para a Vale. Os outros três cotistas terão 20% cada. A rentabilidade esperada para o negócio varia de 8% a 10%. “O Brasil está na moda e a Amazônia mais ainda. Quando se fala em Amazônia, todo mundo já quer investir. Gente no Bahrein, China e Japão já manifestou interesse”, disse o presidente da Vale, Roger Agnelli, durante a coletiva.
A meta do projeto é reflorestar 450 mil hectares de áreas degradadas até 2022, dos quais 150 mil terão plantio de florestas industriais e 300 mil serão usados para recuperar mata nativa na Amazônia. Os municípios contemplados no
fundo estão em locais de expansão de atividades produtivas, com território já desmatado, segundo o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Pará. As cidades são Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins.
Os recursos iniciais do projeto serão investidos na Vale Florestar S.A. A empresa, que ainda está sendo constituída, é fruto de um projeto que a Vale desenvolve desde 2007 e estará focada no desenvolvimento de negócios florestais no Brasil.
Autor: G1