Obras vão duplicar Centro de Pesquisa da Petrobras na Ilha do Fundão

Petrobras vai transformar o seu Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) em um dos maiores complexos de pesquisa aplicada do mundo, além de construir o Centro Integrado de Processamento de Dados, que foi projetado para atender às exigências de crescimento da companhia na área; bem como aos mais elevados requisitos técnicos e de segurança da informação.

Frente às demandas do setor energético e com o objetivo de manter sua posição como companhia integrada de energia, o Centro de Pesquisas da Petrobras está crescendo para tornar-se um dos mais significativos complexos de pesquisa aplicada do mundo. Para tanto, tecnologia e inovação fazem parte do projeto de ampliação do Cenpes, atualmente o maior Centro de Pesquisas da América Latina.

A área ocupada pelo Cenpes na Cidade Universitária mais do que duplicará, passando de 122 mil metros quadrados do atual conjunto arquitetônico para 305 mil metros quadrados. Ao todo, serão 227 laboratórios dedicados aos diversos segmentos da indústria do petróleo e energia, divididos em 23 prédios e aumentando a pesquisa em biotecnologia e meio ambiente; além de possibilitar a concentração em um mesmo lugar das centrais de processamento, hoje espalhadas em cinco localidades do Rio de Janeiro. O avanço físico do empreendimento está em cerca de 85%.

“Nosso projeto é ecoeficiente porque utiliza os recursos naturais de forma racional e eficiente. O fundamental é otimizar a utilização de energia e demais recursos naturais, pensando sempre nas gerações futuras. O processo de captação, tratamento e reuso da água de forma automatizada, bem como o máximo aproveitamento da iluminação e da ventilação natural, são exemplos disso” – afirma Rafael Carneiro, gerente de Construção e Montagem da ampliação do Cenpes. 

Instalações inovadoras

“O projeto da ampliação do Centro de Pesquisas permitirá a manutenção de novas tecnologias no Cenpes e, por sua vez, o desenvolvimento da economia do país, que sempre foi estimulado pela Petrobras” – registra.

Dentre as instalações inovadoras está a construção de um Núcleo de Visualização Colaborativo (NVC), onde serão criados ambientes para desenvolvimento de estudos, projetos e pesquisas com simulação tridimensional. Os pesquisadores poderão trabalhar conectados remotamente a outros locais da companhia, como se estivessem imersos dentro do modelo estudado.

O projeto inclui, ainda, um amplo Centro de Convenções, que permitirá a realização no Rio de Janeiro de grandes eventos nacionais e internacionais. Para aumentar os níveis de segurança, a companhia contratou uma consultoria para definir os procedimentos de acesso às novas instalações do Centro Integrado de Processamento de Dados, que deve utilizar a biometria (método de autenticação que verifica características pessoais únicas, como íris, digitais ou voz).

Todo o empreendimento será realizado de acordo com os mais modernos conceitos mundiais de arquitetura. O projeto escolhido em concurso, de autoria do conhecido arquiteto brasileiro Siegbert Zanettini, prevê a harmonização da área construída com espaços verdes entre as edificações, laboratórios e jardins internos nos prédios, para estimular a integração do ser humano com a natureza no local de trabalho ao recriar um ambiente que favoreça a criatividade e inovação, motivando a produtividade do pesquisador.

Ecoeficiência e sustentabilidade 

Enfatizando os conceitos de ecoeficiência, se alcançará o maior aproveitamento possível de áreas de sombra e ventilação, para menor consumo de energia elétrica e de carga de ar condicionado.

Os tetos terão aberturas translúcidas e haverá venezianas direcionais em cada dependência, com inclinação calculada para a captação da luz solar e ventilação natural. Quando alcançado o nível ideal de iluminação natural internamente, apagam-se automaticamente as luzes artificiais, mantendo-se o mesmo padrão de claridade. Também está previsto 40% de independência energética da rede elétrica convencional, através de uma usina de cogeração de energia a gás natural, cuja capacidade final será de 15 megawatts.

A água da chuva será recolhida dos telhados e da pavimentação, e o esgoto passará por um tratamento físico-químico, resultando em um aproveitamento da água tratada na proporção de 100%, que reduz para cerca de 40% a utilização do sistema público de águas. A água tratada será reaproveitada no sistema de refrigeração da Central de Utilidades e a água da chuva reaproveitada para irrigação e sanitários. As estruturas foram projetadas para não produzir resíduos: são de aço e com sistemas modulares previamente programados para não haver cortes e descartes. As eventuais sobras de materiais, como concreto e chapas, serão aproveitadas na própria obra.

Com a ampliação do Cenpes, que atualmente tem cinco mil funcionários, as novas instalações possibilitarão grande desenvolvimento para a Cidade Universitária, trazendo mais segurança e fluxo de pessoas na região; além da possibilidade de novos convênios com instituições vizinhas e apoio às ações de responsabilidade social e ambiental junto às comunidades do entorno.

As empresas e Consórcios que atuam no empreendimento são os seguintes: Consórcio Novo Cenpes: OAS Engenharia, Construcap Engenharia, Construbase Engenharia, Schaim Engenharia e Carioca Engenharia; Consórcio CITI: Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e Queiroz Galvão; UTC Engenharia (Central de Utilidades) e Cegelec (Subestação de 138 Kv).

Autor: Clube de Engenharia