Relatório anual do U.S. Green Building Council prevê um aumento de 40% na procura por certificados de “prédios verdes”, e detalha de que forma eles já são responsáveis por significativas economias de água e energia.
O Taipei 101, um colosso de 509 metros de altura e 101 andares em Taiwan, vai passar por uma reforma de US$ 1,8 milhão para poder ser considerado o “prédio verde” mais alto do planeta. A administração do empreendimento espera assim cortar o consumo de água e energia e ainda reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 10%.
Em um mundo em que temas como escassez de recursos naturais e mudanças climáticas começam a fazer parte do dia-a-dia de todos, a escolha por opções mais ecológicas tem tudo para ser a nova grande tendência no setor da construção civil.
E é justamente isso que mostra o relatório 2009 Green Building Market & Impact Report, publicado na última semana pelo U.S. Green Building Council, que prevê um crescimento de 40% nesse tipo de empreendimento em 2009.
“Além da justificativa ecológica, o medo da recessão fez com que muitas construtoras resolvessem optar pelo caminho sustentável para se diferenciar das concorrentes e assim escapar da crise”, explicou Rob Watson, autor do relatório.
O U.S. Green Building Council é conhecido internacionalmente por ter desenvolvido a certificação LEED, o principal selo dado a construções que atendem uma série de normas para serem considerados “verdes”.
O LEED registrou um aumento de 30% no número de adesões em todo o mundo neste ano. As reformas no Taipei 101, por exemplo, tem como um dos seus objetivos a conquista deste certificado.
Ásia e Oriente Médio são as regiões de maior interesse em “prédios verdes”, com destaque para os Emirados Árabes Unidos que possuem 669 projetos em andamento. A Europa também apresentou expansão, especialmente na Alemanha e Itália. O Brasil aparece entre os primeiros do ranking mundial, com 145 projetos.
Atualmente, mais de 630 milhões de metros quadrados construídos no mundo possuem o LEED, o equivalente a pouco mais de um terço da área construída da cidade de São Paulo.
Benefícios
O relatório destacou o impacto de tantas novas construções verdes para o meio ambiente. Por exemplo, a economia com água em 2009 foi estimada em 68 bilhões de litros, diminuindo em 0,5% o consumo anual do recurso em áreas não residenciais. Em 2030, esse volume pode chegar a 5,9 trilhões de litros, o equivalente a 30% do atual consumo por áreas não residenciais.
A redução das emissões de dióxido de carbono dos prédios certificados pelo LEED deve chegar a 2,9 milhões de toneladas, um número que pode crescer para 130 milhões de toneladas em 2020, e até 320 milhões em 2030.
Ainda segundo o relatório, os ganhos de produtividade das empresas que possuem escritórios em “prédios verdes” alcançam US$ 450 milhões. Atualmente, cerca de 580 mil pessoas trabalham em edifícios com certificado LEED, em 2030 serão mais de 60 milhões, garante o documento.
“É realmente importante para a indústria da construção olhar para a questão ambiental e levá-la a sério. Então, queremos mostrar para o mundo que mesmo um edifício alto como o nosso pode começar a fazer isso, que podemos fazer o melhor para nos tornar um edifício verde”, afirmou Kathy Young, vice-presidente assistente do Taipei 101.
Autor: Green Building Council