Embraer projeta crescimento gradativo

Pouco tempo antes de anunciar o balanço do primeiro trimestre de 2010, a Embraer divulgou ao mercado o desempenho do quarto trimestre do ano passado e, a julgar pelos resultados, a empresa iniciou um processo de estabilidade em seus negócios, depois da turbulência econômica internacional.

No período, a fabricante brasileira de aviões conseguiu entregar 91 unidades, alcançando uma receita líquida de R$ 2.798,5 milhões, número 20,2% maior que o terceiro trimestre, gerando um lucro líquido de R$ 167,5 milhões.

Quando computados os dados do acumulado do ano, a empresa nacional entregou 244 aeronaves (aviação comercial, executiva e defesa), com uma receita líquida de R$ 10.813 milhões.

Para se ter uma ideia do resultado da crise, no ano passado, a fabricante de São José dos Campos (SP) conseguiu vender apenas 23 unidades de aviões comerciais, desempenho atingido em apenas um mês no início de 2008.

“Nosso impacto foi muito maior na aviação comercial. No ano passado, as companhias aéreas, que integram nossa carteira de clientes, registraram altos prejuízos em suas receitas e isso influenciou negativamente nas aquisições de novas aeronaves”, afirmou Luiz Carlos Aguiar, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores.

Viação executiva

Já o desempenho da linha de jatos executivos foi bem em 2009, em razão do lançamento de produtos novos, que foram negociados antes da crise e entregues no ano passado (destaque para o Phenom 100, com 93 unidades entregues). Realidade esta que não envolveu as empresas concorrentes.

No período de incertezas, a companhia conseguiu pelo menos dar andamento a três projetos importantes. “Continuamos desenvolvendo os jatos executivos Legacy 450 e Legacy 500, além de um cargueiro para uso militar. São programas importantes que não pararam e estão sendo tocados dentro do prazo planejado”, considerou.

Projeções

Para este ano, a Embraer prevê um cenário mais positivo. No decorrer de 2010, a empresa trabalha com a expectativa de entregar algo em torno de 137 modelos executivos e aproximadamente 90 jatos comerciais. Aguiar afirmou que serão investidos US$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

As projeções se justificam por duas razões. “Sentimos que as condições financeiras das empresas estão melhorando. Não temos até agora nenhum pedido de prorrogação ou cancelamento de contratos. Além disso, o transporte aéreo mundial está em franca ascensão”, declara o executivo, afirmando que o crescimento será gradativo e que o desempenho pré-crise será atingido em meados de 2011.

Autor: Web Transpo