Com formação interdisciplinar, profissão tem mercado ampliado pela preocupação com o meio ambiente

Com um olho no canteiro de obras e outro no cenário que está em volta dele, o engenheiro ambiental é chamado de um engenheiro de cabeça aberta. Sua formação mistura as cadeiras comuns a todas as engenharias, como matemática e física, e mais química e biologia. Ou seja, se você é daqueles que têm múltiplos interesses e, além disso, tem uma queda pela natureza, seu lugar pode ser na Ambiental. 

Segundo a professora Iene Figueiredo, coordenadora da graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa interdisciplinaridade é indispensável para o profissional da área. Afinal, ele pode trabalhar em setores tão diversos como petróleo e agricultura orgânica.

– O engenheiro ambiental é um profissional capaz de atuar em muitas áreas diferentes, e sua presença vai ser cada vez mais importante – afirma a professora.

Os cursos na área são recentes, mas várias universidades públicas do Estado do Rio já o oferecem, como UFF, UFRJ e Rural. De acordo com Iene, um certo desconhecimento sobre a carreira, que antes era uma especialização da Engenharia Civil, cria uma confusão sobre as suas atividades. A coordenadora faz questão de dizer que o profissional é antes de tudo um engenheiro, e não um gestor.

– As pessoas têm uma impressão de que o engenheiro ambiental é um gestor, mas não é apenas isso. Ele tem toda a capacidade de criar projetos, verificar obras e fazer análises de impacto ambiental – explica a professora, esclarecendo um ponto importante. – Mas ele não substitui um engenheiro civil, por exemplo. Ele pode até fazer o projeto, mas alguém vai ter que construir.

Autor: O Globo