O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) adquiriu um novo microscópio eletrônico de varredura (MEV), que permitirá pesquisas em escala nanométrica. O custo total de aquisição (incluindo acessórios) foi de 1,046 milhão de euros, em investimento do Governo do Estado de São Paulo.
Com possibilidade de uso em vários laboratórios, o novo equipamento trabalha com dois tipos de feixes: o feixe principal de elétrons (FEG) é capaz de produzir imagens de alta resolução com uma ampliação de até 300 mil vezes (modelos convencionais não ultrapassam 15 mil vezes), enquanto o feixe de íons de gálio executa a usinagem de amostras – pode, por exemplo, realizar um corte ortogonal de superfícies para observação em três dimensões.
Essa capacidade permite, por exemplo, estudos com nanofibras. O IPT está desenvolvendo esse material para a composição de adesivos médicos, a fim de que liberem de maneira controlada os ativos farmacológicos na pele do paciente.
O Centro de Tecnologia de Processos e Produtos (CTPP) do IPT contará ainda com uma câmara criogênica, que vai permitir o congelamento de amostras a serem analisadas no microscópio.
O instituto já possuía dois microscópios eletrônicos de varredura, adquiridos na década de 1990. Recentemente, o Laboratório de Corrosão e Proteção do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos recebeu um modelo de alta resolução, no projeto viabilizado pela Rede Temática de Materiais e Controle de Corrosão, da Petrobras. Porém, nenhum deles dispõe dos recursos disponíveis do modelo recém-adquirido.
“As partículas caracterizadas anteriormente nos modelos convencionais disponíveis no IPT atingiam somente a escala de mícrons, em uma ampliação de até 20 mil vezes, e agora podemos chegar a 500 mil vezes”, disse Adriano Marim, um dos pesquisadores do CTPP envolvido no projeto de nanofibras.
Autor: Agência Fapesp