Sai o resultado do Concurso Falcão Bauer de Inovação Tecnológica

Equipamento para montagem de paredes pré-fabricadas revestidas e uma casa feita de materiais recicláveis são destaques do concurso 

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), por meio da Comat (Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade), premiou na quarta-feira, dia 9 de dezembro, os vencedores do Concurso Falcão Bauer de Inovação Tecnológica para Habitação e Construção Sustentável. Quatro projetos foram contemplados nas categorias inovação e sustentabilidade.

A avaliação dos trabalhos inscritos levou em consideração aspectos como a modernização do processo construtivo, industrialização, aumento da produtividade, redução dos custos, redução do custo homem/hora por metro quadrado, sustentabilidade, racionalização dos recursos naturais, e redução e reutilização dos resíduos da construção. Confira os projetos vencedores:

CATEGORIA INOVAÇÃO
1° lugar
O primeiro colocado na categoria Inovação foi o projeto “Processo de Construção Industrial de Paredes In Loco”, elaborado por João Bosco Pereira da Silva. O trabalho consiste em uma linha de produção de paredes pré-fabricadas já revestidas, que são montadas dentro da área do apartamento em construção. Para isso, é utilizado um equipamento de pequeno porte e grande mobilidade, formado por fôrmas metálicas, cavaletes, basculador, pórtico e carro transportador. A máquina permite a execução de paredes de alvenaria com até 4,8 metros de comprimento e até 3,1 metros de altura. 

Para testar o equipamento, foi construído um prédio residencial com seis unidades habitacionais, sendo quatro unidades medindo 87 m² e duas com área privativa de 110 m². O edifício tem um andar de garagem estruturado e mais três pavimentos em alvenaria estrutural. Com uma equipe formada por um técnico em construção civil, um eletricista, um bombeiro hidráulico, quatro pedreiros, um carpinteiro, cinco serventes e três vigias, a construção foi terminada em 14 meses.

Além do caso real, o autor ainda fez um estudo de viabilidade econômica que calculou quanto tempo a construção demoraria se utilizasse duas fôrmas, um carro transportador e uma equipe composta por um técnico em construção civil, um eletricista, um bombeiro hidráulico, três pedreiros, um carpinteiro, cinco serventes e três vigias. Desse modo, o mesmo prédio seria finalizado em 9 meses.

“Realizamos mais um estudo com a utilização de mais uma fôrma e um pedreiro e o resultado foi a construção, em 7 meses, da mesma obra que construímos em 14 meses”, diz o autor do projeto. “É uma inovação tecnológica que visa qualificação da mão de obra, redução de custos e desperdícios, tempo da construção e aumento da qualidade do sistema construtivo”, diz o memorial descritivo. 

2° lugar
O projeto “Vitawatt: a evolução da instalação elétrica”, criado por Renato Micheletti e Alexsandro R. Malacarne, da Schneider Electric Brasil, conquistou o segundo lugar do concurso na categoria Inovação. O VitaWatt, um quadro de distribuição completo para residências de pequeno e médio porte, possui um bloco de proteção, que inclui disjuntor de entrada e proteções individuais dos circuitos, e um dispositivo diferencial residual (DR) para proteção contra fugas de corrente.

O objetivo do sistema é facilitar a instalação, bem como reduzir os custos de compra, estocagem, instalação e manutenção. “O VitaWatt foi desenvolvido para tornar-se uma alternativa viável aos programas habitacionais brasileiros, mantendo a segurança das instalações elétricas, facilitando o manuseio e instalação do produto e reduzindo custos e tempo na construção”, diz o memorial do projeto.
CATEGORIA SUSTENTABILIDADE
1° lugar

O projeto Casa PC, uma casa pré-moldada de concreto com fibra de pneus inservíveis, ficou com a primeira posição da categoria Sustentabilidade do concurso. Elaborado por Marony Costa Martins e Misael Ferreira Rosa, o trabalho propõe a construção de uma casa de 55,8 m² com três dormitórios, banheiro, lavabo, cozinha e sala de estar, utilizando 960 caixinhas de leite com embalagem Tetra Pak e 483 kg de pneus.

“O principal objetivo do Projeto Casa PC é permitir a realização do sonho da casa própria de forma rápida, econômica e com a excelente qualidade contribuindo assim com o desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente, bem como implantação de tecnologias inovadoras que possam minimizar o consumo de recursos naturais e da poluição ambiental”, diz o memorial do projeto.

A borracha substitui alguns agregados do concreto, que é utilizado nas paredes e pilares, e as caixas Tetra Pak são aproveitadas na telha cartonada da cobertura da residência. Com isso, a casa PC reduz o volume de materiais tradicionais da construção civil, como cimento, areia, cal, brita, gesso, madeira, piso cerâmico e tijolos, e recicla materiais que prejudicam o meio ambiente.

2° lugar
O trabalho “Habitação: uma realidade social e ambiental”, criado por Paula de Lima Sousa Alcântara, conquistou o segundo lugar na categoria Sustentabilidade. Baseado na casa 1.0 da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o projeto propõe a construção de uma residência sustentável, flexível e de baixo custo para o município de Belo Horizonte. A capital mineira produz o Ecobloco, bloco de vedação fabricado com resíduos provenientes de caçambas de entulho, de carroceiros e das URPVs (Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes de Resíduos), que será utilizado na habitação. 

“A principal meta de aplicar o bloco nesta habitação, que pode ser produzida em série, é auxiliar a inserção deste material no mercado, que possui preço mais acessível que os tradicionais e desempenho mecânico semelhante, trazendo mais conhecimento e confiabilidade da população”, informa o descritivo do projeto. A casa ainda adota sistemas ecológicos como calhas no telhado para a captação de águas pluviais, que serão utilizados em descargas sanitárias e serviços gerais, e placas fotovoltaicas no telhado para captação de energia solar.

Autor: PINIWeb