100% movido a energia elétrica

Automóveis inteiramente movidos a eletricidade já são uma realidade. Na Holanda, já há uma pequena quantidade de pessoas fazendo o trajeto entre casa e trabalho gastando apenas energia da tomada. No entanto, os carros elétricos ainda necessitam ajustes e também não saem barato.

Marjan Minnesma é diretora da Urgenda, uma fundação que promove o uso de carros elétricos. Ela também é uma das holandesas que já utiliza o carro elétrico.

Atrás do volante, Marjan está feliz com o seu ‘Think’, um carro elétrico fabricado na Noruega. Mas admite que passou a dirigir de uma maneira diferente. Teve, por exemplo, que se acostumar com a ideia de que a distância máxima que pode percorrer é de 180 quilômetros. Quando tem um compromisso a mais de 80 quilômetros de distância e não pode fazer o trajeto de volta com a mesma bateria, é preciso fazer alguns arranjos com antecedência.

”Pergunto se as pessoas por acaso têm uma tomada onde eu possa, com uma extensão, recarregar a bateria do carro durante a reunião ou o que quer que seja. As pessoas acham bacana. Já vi várias secretárias engatinhando pelo chão procurando uma tomada. Você passa por situações curiosas…”

Embora Marjan ache estas situações engraçadas, ela coloca imediatamente o dedo na ferida: uma rede de pontos para recarga – e de preferência para recarga rápida – ainda não existe. Para a introdução em grande escala do carro elétrico ainda falta infraestrutura.

Mas a construção de uma rede assim nos próximos anos já está nos planos: um investimento milionário do governo holandês deverá prover dez mil pontos de recarga até 2012. Mas ainda não chegamos lá.
Ligado na tomada
Também é preciso se acostumar a sempre ligar o carro na tomada assim que se chega em casa. O ‘Think’ tem que ficar mais de 10 horas na tomada para recarregar totalmente. Isto deverá melhorar com o tempo. Recarregar ficará mais rápido e os carros terão um raio de ação maior.

Mas isso ainda é para o futuro.No entanto, o carro elétrico já oferece grandes vantagens. Custa apenas 4 euros para recarregar a bateria e com ela rodar até 180 quilômetros. Não é preciso fazer muita conta para saber que com gasolina, álcool ou diesel o gasto seria maior. E o ‘Think’, como todo carro elétrico, é ótimo de se dirigir. Silencioso e resistente. Para o dia a dia, a capacidade máxima de 180 quilômetros é em geral suficiente. Na Holanda, o trajeto médio percorrido por dia por quem trabalha em outras cidades é 60 quilômetros. E é ótimo saber que se está dirigindo sem emitir um grama de CO2. Esta é a principal razão de tudo.

Muito caro
Na verdade, o maior problema do carro elétrico no momento é o preço: cerca de 39 mil euros para os modelos mais baratos. Para empresas, é interessante graças aos subsídios oferecidos pelo governo holandês para investimentos no meio ambiente, mas para particulares é um preço salgado. Caro demais, admite Marjam Minnesma, enquanto dirige seu carro elétrico pela estrada e explica que a fundação Urgenda está tentando ‘forçar’ uma queda nos preços.

“Estamos tentando fazer uma mega-compra com várias empresas. Vamos encomendar 4 mil carros elétricos – uma compra de milhões de euros – e o fabricante terá que cumprir algumas exigências. Estas exigências têm a ver com o raio de ação, a duração da recarga, mas principalmente com o preço, que terá que estar de acordo com o mercado.”

O que quer dizer: não mais ou pouco mais caro que um carro similar a diesel ou gasolina. Segundo Marjan, isso acontecerá em no máximo três anos.

Autor: Rádio Nederland Wereldomroep