Cerca de 1.150 estacas com 2 m de diâmetro estão sendo cravadas para sustentar a terceira ponte rodoferroviária sobre o rio Orinoco, que está sendo construída na Venezuela. Quando pronta, a ponte será a décima maior do mundo, com 11 km de extensão, e vai ligar as cidades de Caicara del Orinoco, no Estado de Bolivar, com a cidade de Cabruta, no Estado de Guarico. As obras estão sendo executadas pela Construtora Norberto Odebrecht e o projeto executivo é desenvolvido pelo Consórcio Brave, constituído pela brasileira Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projetos e a venezuelana Lustgarten y Asociados Ingenieros Consultores.
Com três anos desde o início da construção, os acessos da ponte estão quase prontos e a obra deve estar finalizada entre 2012 e 2013. “A inexistência de fornecedores e prestadores de serviço na região, ausência de linhas aéreas regulares, circulação fluvial restrita a cinco meses por ano dificultam bastante a logística da obra”, afirma o engenheiro Roberto de Oliveira Alves, da Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projetos
De acordo com o engenheiro, a terceira ponte sobre o Rio Orinoco é bem semelhante a segunda ponte construída em 2006, por servirem tanto para a circulação de automóveis e caminhões quanto de trens. A grande diferença, no entanto, é que a terceira é construída com sistema double deck, ou seja, a via férrea correrá em nível inferior à rodovia. “Na segunda ponte, a linha de trem ficava no centro do tabuleiro, não abaixo, como nessa”, conta Alves.
Para o sistema double deck, a superestrutura da ponte foi projetada em caixão treliçado metálico de aproximadamente 12 metros de altura, que servirá para a instalação da linha férrea, e laje de concreto do tabuleiro, onde passará a rodovia.
Já para permitir o canal de navegação no rio Orinoco, a obra possui um vão central de 360 m sustentado por duas torres de estais em formato de diamante. No resto de sua extensão, a estrutura ainda tem quatro vãos laterais de 120 m de comprimento.
Segundo o engenheiro da Figueiredo Ferraz, o maior desafio do projeto executivo foi dimensionar a resistência das estruturas levando em conta os abalos sísmicos da região. A região sísmica da ponte é classificada como Zona 2, correspondente a uma aceleração horizontal de A = 0,15g. “Isso gera solicitações não usuais em projetos similares no Brasil e que acarretam estruturas mais reforçadas. Mas já tínhamos trabalhado com essas condições na segunda ponte”, completa.
A terceira ponte rodoferroviária sobre o rio Orinoco foi contratada pelo Ministério da Infraestrutura do Governo da Venezuela, representado pela Fundação ProPatria 2000. A revisão independente de projeto está sendo realizada pela empresa alemã LAP (Leonhardt, Andra und Partner).
Veja material técnico sobre a III ponte do Rio Orinoco – Fonte Figueiredo Ferraz
Autor: PINIWeb