O Ministério do Meio Ambiente divulgou ontem um ranking com os carros que mais poluem e os que são ambientalmente mais amigáveis. Na categoria de melhor eficiência ambiental, 22 carros receberam a nota máxima: cinco estrelas. A chamada Nota Verde leva em conta a emissão de gases poluentes (CO, NMHC e NOx) e de CO2, o principal causador do aquecimento global.
Três das cinco estrelas são concedidas de acordo com a produção de poluentes e as outras duas, conforme o nível de emissão de CO2. Os carros movidos a álcool ou flex já ganham logo de cara uma estrela por serem considerados neutros, no quesito emissão de CO2. Isso porque, segundo o IPCC (braço científico da ONU), a cana antes de ser cortada absorve CO2, anulando assim o que é emitido pelo automóvel movido a álcool.
Todos os modelos com cinco estrelas são flex. O Fiat Idea Adventure Dualogic 1.8, o Fox 1.6 Plus e seis diferentes modelos de Celta ganharam a nota máxima. Ao todo, 402 modelos de carros foram avaliados.
Esta é a segunda Nota Verde elaborada pelo ministério. A primeira trazia uma nota numérica para cada categoria, o que, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, deixava o consumidor confuso por ter que escolher se queria poluir o ar e salvar o clima ou o contrário. A nova nota engloba os dois fatores e faz uma média.
A classificação vai de uma a cinco estrelas. Nenhum carro ficou com zero estrelas porque ao sair da fábrica o veículo já tem que estar de acordo com os limites mínimos para produção de poluentes. O padrão é determinado pelo Ibama. “Quem tem uma estrela está cumprindo o dever de casa. Tá no salário mínimo. Cumpriu a lei, ponto. Os outros foram além”, explicou Minc.
COMBUSTÍVEL
Vinte modelos ficaram na categoria uma estrela, entre eles o XSara Picasso Exa 2.0, o Peugeot 407 SW 2.0 e o Pajero HPR 3.8, todos movidos a gasolina. Nenhum carro com motor 2.0 ganhou cinco estrelas. Isso porque eles são mais potentes, consomem mais combustível e, consequentemente, emitem mais gases poluentes e causadores do efeito estufa. “O combustível fóssil é a grande ameaça do planeta”, disse Minc, que diz esperar que os consumidores comecem a se guiar pelo critério ambiental ao comprarem um carro.
A secretária nacional de Mudanças Climáticas do Ministério, Suzana Khan, concorda: “Eu vejo essa iniciativa como uma forma de a população se engajar, para que ela possa escolher seu veículo com relação à sua emissão. Isso acaba repercutindo na montadora. Se o mercado pede carros menos poluentes, estimula uma competitividade da indústria em busca da eficiência tecnológica”, afirmou.
Segundo Minc, a Conferência de Clima das Nações Unidas, que começa na próxima semana em Copenhague, vai estimular os cidadãos a considerarem o meio ambiente nas compras que fazem. Nesse sentido, argumentou, a Nota Verde poderá ajudar o consumidor a escolher o carro mais ambientalmente correto. “Hoje eu diria que um percentual modesto (de consumidores) guiaria sua compra por esse critério ambiental. Mas acho que é um percentual crescente”, avaliou Minc.
Ele ressaltou que além de os carros cinco estrelas contribuírem para a melhora da saúde da população e do clima do planeta, eles também são mais econômicos (por consumirem menos combustível).
Autor: Porto Gente