Na tarde desta segunda feira o LHC, considerado o maior e mais caro experimento científico já feito pelo homem, produziu as primeiras colisões de feixes de prótons, segundo os cientistas da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, CERN.
De acordo com o caderno digital de Ciência do The New York Times, o LHC (Large Hadron Collider ou, em português, Grande Colisor de Hádrons) chegou a ser visto com temor e dúvida desde sua concepção, passando por anos de falhas e atrasos.
Mas a primeira colisão aconteceu apenas três dias depois de os engenheiros iniciarem a emissão de partículas subatômicas conhecidas como prótons, que se distribuíram por todo o circuito de cerca de 30 quilômetros de extensão.
Os físicos anunciaram que tinham conseguido, então, fazer os feixes de prótons colidirem. O projeto tem como um dos princípios a teoria do Big Bang, onde uma explosão teria dado origem ao universo como o conhecemos.
Segundo o blog de tecnologia Makezine, essa foi a primeira vez que os operadores puderam testar a sincronização dos feixes e análise de colisões próton-próton.
O LHC é um complexo enorme, divido por grandes subestações separadas por quilômetros: CMS, ALICE, ATLAS e LHCb.
“Esta é uma grande notícia, o início de uma época fantástica da física e esperamos descobertas de igual tamanho, depois de trabalhar 20 anos pela comunidade internacional para construir uma máquina assim, de complexidade e desempenho sem precedentes”, disse a porta-voz do subsistema ATLAS, Fabiola Gianotti em uma nota de imprensa.
“É uma grande conquista ter chegado tão longe em tão pouco tempo”, disse o diretor geral do CERN, Rolf Heuer. “Mas é preciso manter um senso de perspectiva. Ainda há muito a fazer antes que possamos iniciar o programa principal de física.” – ponderou.
Apesar disso, o clima era de festa. Após os resultados, houve aplausos e champanhe nas salas de controle do colisor e dos quatro detectores de partículas gigante. As novas foram muito comemoradas por milhares de físicos que participaram da criação do experimento e agora têm a tarefa de interpretar os dados recolhidos durante os procedimentos.
Os resultados desta segunda-feira representam basicamente um teste da habilidade do LHC de sincronizar os feixes, que trafegam na velocidade da luz e devem colidir em pontos específicos do sistema. Os prótons atingiram, durante a injeção de energia, 450 bilhões de volts, o que não chega nem perto do que, dentro das expectativas, a máquina será capaz de produzir.
Nas próximas semanas o CERN espera aumentar as energias de prótons para 1,2 trilhões de elétrons-volt cada, o que tornaria o LHC oficialmente o sistema de colisões mais poderoso do mundo, superando o Tevatron (900 bilhões de elétrons-volt) do Fermilab em Illinois, estado da região Centro-Oeste dos Estados Unidos.
No início de 2010 os pesquisadores vão dedicar os esforços em atingir a marca de 3,5 trilhões de elétrons-volt, metade da energia esperada pelo sistema em sua concepção – A meta é atingir 7 trilhões de elétrons-volt.
Para isso, os engenheiros dizem que a máquina terá que ser desligada por um longo período para reparos e novos trabalhos.
Autor: Geek