Trecho Oeste do Rodoanel já passa por reformas

Inaugurados há sete anos, 49 pontes e viadutos do Trecho Oeste do Rodoanel passam atualmente por reformas estruturais. Os canteiros de obras estão espalhados ao longo dos 32 quilômetros da via que interliga, desde outubro de 2002, as Rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Cerca de 240 mil veículos passam por dia pela estrada.

A descrição das reformas estruturais é anunciada nas margens das pistas por placas do governo estadual. No Trecho Oeste também há três túneis e sete trevos. O governo do Estado e a CCR RodoAnel, concessionária responsável pela via, não informaram os detalhes das intervenções em andamento. Em nota oficial, a empresa informa que “faz parte do contrato de concessão a inspeção rotineira e a restauração de todas as obras de arte especiais (pontes e viadutos)”. O comunicado aponta ainda que as medidas são necessárias para manter a estrutura em bom estado.

A concessionária diz que “as inspeções são periódicas e há um programa anual de recuperação dessas obras”, com reparos, trocas das juntas de dilatação e vedação e pintura. “No caso do Trecho Oeste, já foi feita uma inspeção em todas as obras de arte especiais e não há nenhum risco estrutural.” A Dersa e a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), procuradas pela reportagem para comentar as obras no Trecho Oeste, não responderam às ligações.

Desgaste

Para o engenheiro civil José Roberto Bernusconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), a deterioração de estradas como a do Trecho Oeste do Rodoanel se dá por vários motivos. Mas o principal é a mudança de dimensionamento da obra. O projeto prevê uma carga e um volume de tráfego. Se isso não é respeitado, a via deteriora-se mais rapidamente. Além disso, também é preciso ter o uso adequado de material.

“São procedimentos de natureza técnica. Todo engenheiro sabe que é preciso ter um tempo de maturação da obra. O concreto precisa ser bem feito, bem curado. Tudo tem seu tempo. É como o dentista, que precisa colocar cada material no seu dente no momento certo, esperar a hora para aplicar a mistura certa. Quando o assunto é estrada, é preciso ter o dimensionamento correto do pavimento e das pontes e viadutos. Veículos com excesso de peso, numa utilização excessiva, provocam desgaste prematuro das estruturas. Caso contrário, o prazo de validade da obra expira rapidamente”, explica. Ele cita ainda chuva ácida, provocada pelo excesso de poluição, que coopera na deterioração do pavimento.

Autor: O Estado de S.Paulo