Novo pavimento financiado pelo município começa a ser testado na USP. Solução pode ser usada em 60 pontos problemáticos da cidade
Parte da solução para um problema que afeta a cidade há muito tempo pode estar no chão do estacionamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste.
Nesta semana, um novo tipo de asfalto, capaz de absorver grandes volumes de água de chuva em poucos segundos, começa a ser testado no local.
Se o material se mostrar resistente e eficaz durante os meses de verão, quando a capital se torna alvo frequente de temporais, será usado pela prefeitura no combate aos pontos crônicos de enchente.
Financiado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb), o projeto, avaliado em R$ 400 mil, está sendo desenvolvido desde julho pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica.
De acordo com o engenheiro hidráulico Afonso Virgiliis, da Siurb, o asfalto permeável consegue chupar até 1 litro de água em 26 segundos. “Ele absorve o volume de uma chuvarada que gera 39,5 mm de água em uma hora.” A capacidade de absorção se deve à porosidade do material e ao uso de pedras sob o asfalto, que retêm a água. “Depois, um pequeno reservatório faz com que a água retida escoe devagar para bocas-de-lobo e córregos, evitando transbordamentos.” Ele estima que a técnica poderá ser aplicada em até 60 focos de alagamento da cidade, principalmente em vias secundárias. O custo é de R$ 230 por m², ante os R$ 195 gastos com o asfalto comum.
Frenagem
O novo piso também aumenta o poder de frenagem dos veículos durante a chuva, devido aos poros.
Além disso, a emissão de ruídos pelos pneus diminui cerca de três decibéis. l
Marginais e Radial Leste têm 20% dos alagamentos
Durante a atual temporada de chuvas de verão, que deve seguir até abril, a prefeitura vai monitorar ao menos 511 potenciais pontos de enchentes.
Embora estejam espalhados por vias de toda a cidade, só três delas concentram 101 focos, 19,7% do total. São elas as marginais Tietê (47) e Pinheiros (34) e a Radial Leste (20).
Segundo Hassan Barakat, engenheiro do Centro de Gerenciamento de Emergências, que faz a contagem dos pontos, como essas vias estão entre as mais impermeabilizadas da capital, bastam chuvas rápidas, de 20 min, para que apareçam lâminas dágua.
Autor: Destak