Média capacidade pode ser solução para transporte dos grandes centros

Qual o sistema adequado para o transporte de uma metrópole da dimensão de São Paulo? De que maneira autoridades governamentais e empresas devem proceder para que o morador de um bairro distante chegue à região central de maneira rápida e eficiente?

De acordo com José Geraldo Baião, Presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo), a resposta para essas duas perguntas pode passar por uma integração dos modos tradicionais de transporte urbano – ônibus, metrô e trem (baixa e alta capacidade) – com um sistema de média capacidade, como VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) e monotrilhos.

“Em São Paulo estamos acostumados com um transporte sobre pneus, realizado pelos ônibus, além do metrô e trens da CPTM. Precisamos de uma alternativa para integrar esses modais e uma solução pode ser a implantação de meios de média capacidade”, afirma Baião.

Segundo ele, a tradução do novo sistema consiste em criar projetos adequados em corredores cuja demanda de passageiros por hora ultrapassa 50 mil pessoas. 

“Nos grandes centros urbanos, há a necessidade de combinar as soluções do transporte. Precisa haver um sistema de baixa capacidade alimentando o de média, que por sua vez, interligará com o de alta capacidade. Tem que haver uma integração física entre os modos para que haja uma otimização no transporte das pessoas”, explica.

“De maneira capilar, os passageiros precisam realizar seu trajeto alternando sistemas menores, médios e tendo a possibilidade de pegar o modelo de alta capacidade para enfim chegar ao seu destino” , prossegue o presidente.

Para José Geraldo, essa solução é importante para mobilidade das cidades e vital para oferecer acessibilidade dos cidadãos a todos os pontos oferecidos pela cidade como educação, trabalho, lazer e atendimento médico, “as pessoas precisam ter acesso a esses serviços de uma forma mais fácil”.

São Paulo

De acordo com o executivo, São Paulo é o estado que mais está investindo para criar um sistema adequado de transporte. Como exemplo ele citou o projeto de expansão do governo.

Com relação à viabilidade de uma solução de média capacidade, Baião salienta que há projetos como o monotrilho que ligará o Aeroporto de Congonhas com as linhas metroferroviárias, CPTM e do Metro, partindo de São Judas. Outro projeto é a extensão da linha 2 do metrô com o Expresso Tiradentes. 

Ausência federal

O presidente da Aeamesp revelou que o governo federal tem feito vista grossa com relação à liberação de recursos para elevar a qualidade do transporte no País e expandir a mobilidade das cidades. Segundo ele, foi criada a Secretaria da Mobilidade, ligada ao Ministério das Cidades, mesmo assim ela está carente de recursos.

“O governo precisa criar uma política de longo prazo para viabilizar condições financeiras para a melhoria do transporte de passageiros nos estados nacionais”, conclui.

Autor: WebTrasnpo