Modelo chega a 60km/h e tem até 40 km de autonomia por carga.
Fabricante aposta em expansão de postos com alimentação solar.
Rodar 40 quilômetros por dia e, ao fim de um mês, gastar cerca de R$ 15 em combustível? Isso é possível, segundo uma empresa de motos elétricas instalada no ABC Paulista.
Não é só fora do Brasil que a indústria anda buscando alternativas para quem deseja se locomover de forma econômica e sem emitir gases de efeito estufa. Na pequena oficina da Motor Z, que atua no mercado desde 2007, melhorias são buscadas para tornar o uso dos seus veículos mais viáveis no trânsito da metrópole – e em qualquer outro lugar.
Por enquanto, seus três modelos ainda se limitam a uma autonomia de 40 quilômetros, que podem ser rodados após seis horas de recarga da bateria de ácido-chumbo. O custo de um recarga, segundo o fabricante, considerando o custo da energia num domicílio em São Paulo, fica em R$ 0,51.
A grande novidade técnica da marca, incluída na linha de produtos no ano passado, é o modelo S1000 (preço do fabricante R$ 6.800,00) com dupla motorização de 1000 Watts e tração nas duas rodas, que, quando acionada, aumenta consideravelmente o arranque e a capacidade de enfrentar subidas do veículo.
G1 dirigiu o modelo e, de fato, o motor acoplado à roda dianteira, que pode ser ligado pelo motorista com um botão, faz grande diferença.
Mesmo com aceleração máxima, a S1000 faz um ruído praticamente nulo se comparado ao de uma motocicleta com motor a combustão, e, considerando que cada um de seus motores é menos potente que um secador de cabelos, sua arrancada, ainda que modesta, surpreende.
Com mais de 100 kg de carga, a moto alcançou 50 km/h sem grande dificuldade – sua velocidade máxima, segundo o fabricante, é de 60km/h. A reportagem não tentou subir terrenos com muita inclinação, o que, segundo o próprio fabricante, ficaria mais complicado.
As limitações de autonomia e potência dificultam o uso intensivo numa cidade grande como São Paulo. Para um motofretista, por exemplo, a linha da Motor Z ainda é inadequada.
Outro elemento técnico inovador da S1000 é o sistema de freio regenerativo, que, quando acionado, usa a energia da frenagem para recarregar a bateria. Esta, por sinal, é removível, o que permite que o proprietário que reside em apartamento, por exemplo, possa levá-la da garagem até a tomada de sua casa.
O sistema foi implementado nos modelos mais recentes da marca, já que seria necessário ser um grande entusiasta do transporte sustentável para subir com a moto pelo elevador e recarregá-la no apartamento.
Postos solares
Além de tomadas residenciais comuns, as scooters podem ser recarregados em postos alimentados por energia solar que a empresa espera que se espalhem em breve pelas cidades brasileiras (por enquanto já existe um no Rio e outro diante da fábrica, em São Bernardo do Campo).
As motos são montadas com peças em sua maioria trazidas da China, onde a Motor Z mantém um engenheiro para acompanhar o processo de produção – alguns dos componentes são adaptados para o mercado nacional a pedido da companhia brasileira.
Além da S1000, outro produto atraente da Motor-Z é a V-1500 (preço do fabricante R$ 6.600), scooter elétrica com visual retrô e motor de 1500 watts, porém sem dupla motorização, nem freio regenerativo. As scooters elétricas, informa o fabricante, exigem habilitação do tipo A e emplacamento.
Autor: G1