Engenheiros mecânicos da Universidade Carnegie Mellon criaram novos modelos de robôs capazes de andar sobre a água. Os dispositivos, que têm entre 5cm e 15cm e pesam poucos gramas, podem se mover rapidamente sobre uma superfície aquosa. O nome do autômato é STRIDE (Surface Tension-based Robotic Insect Dynamic Explorer) e utiliza a tensão superficial do líquido como apoio, justamente como o fazem insetos naturais que se movem sobre lâminas d'água.
Robôs assim poderão detectar toxinas nocivas na água para os setores ambiental e militar, além de serem capazes de alcançar áreas antes inatingíveis em diversas aplicações.
O projeto, iniciado em 2004, continua em andamento, com o objetivo de desenvolver dispositivos semelhantes cada vez mais ágeis e eficientes em termos de consumo de energia. São utilizados microatuadores e motores de corrente contínua para simular os movimentos dos insetos. Estão sendo estudados diferentes materiais e formatos das pernas dos robôs de modo a otimizar suas flutuabilidade e manobrabilidade.
No site oficial do laboratório de nanotecnologia da universidade podem ser vistos três vídeos ilustrativos dos robôs em ação.
A tensão superficial da água é gerada por uma polarização intrínseca à molécula de H2O, fazendo com que ela atue como um dipolo elétrico, consequentemente gerando forças de atração que unem eletricamente as ditas moléculas. O fenômeno é o que causa a sensação de “dureza” da água quando se dá um tapa forte na superfície aquosa de uma piscina, por exemplo. É também o responsável pela formação de meniscos na linha de contato da água com um copo, em que o encontro do líquido com o sólido se dá por uma superfície levemente abaulada para cima, como se estivesse tentando subir pela parede do recipiente.
Autor: O Globo