Transporte do Rio receberá maior percentual de investimentos para 2016

O maior percentual de investimentos olímpicos na cidade do Rio, candidata a sede das Olimpíadas de 2016, está reservado para o setor de transportes. E os legados para a cidade prometem ser preciosos.

É logo na chegada que uma cidade olímpica tem que dar uma boa impressão. E as obras nos aeroportos já estão sendo feitas. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, subúrbio, além das reformas, serão mais dois terminais e um aumento na capacidade de receber passageiros de 15 milhões para 25 milhões por ano.

No relatório do Comitê Olímpico Internacional (COI), o sistema de transporte do Rio era motivo de preocupação.

Estádios, ginásios, instalações esportivas servem para as horas de lazer do carioca. Mas onde ele passa horas do dia dele é no vai-e-vem pela cidade. Vai custar muito dinheiro, mas é a melhoria do sistema de transporte que vai fazer mais diferença na vida das pessoas.

40% dos investimentos em transportes 

Dos quase R$ 29 bilhões de investimentos previstos para os jogos, quase 40% serão aplicados em transportes. Trem, ônibus e metrô: todos vão receber substanciais investimentos.

Para o transporte ferroviário, serão 120 novos trens, além da reforma e instalação de ar condicionado em quase cem deles.

Um novo sistema será o BRT – ônibus de trânsito rápido. Serão três corredores exclusivos para esses veículos. Um deles sairia do Leblon, na Zona Sul, passaria por São Conrado e atravessaria toda a Barra da Tijuca, até chegar no Riocentro, na Zona Oeste. Outro, o antigo projeto T5, sairia da Penha, no subúrbio, cruzaria bairros da Zona Norte, regiões de Jacarepaguá e quando chegasse à Barra, seguiria em duas direções: até o Riocentro e até o terminal Alvorada.

No terceiro corredor, os ônibus sairiam de Bangu, passariam por outros bairros da Zona Oeste, como Deodoro, e seguiriam para Jacarepaguá, com destino final também o Riocentro.

“Pode ser uma solução interessante e pode vir a ajudar a solucionar alguns dos problemas de mobilidade que nós temos na nossa cidade. Principalmente na Zona Oeste, que é a ligação da parte mais lá de cima, de Bangu, Campo Grande, com a Baixada da Barra, Recreio dos Bandeirantes, e o próprio corredor T5, que é ligação Barra-Penha, onde está prevista a expansão, no futuro, de uma linha de metrô, a Linha 6”, explicou Hostílio Xavier Ratton, engenheiro de transportes da Coppe UFRJ.

Mas para outro especialista, esse tipo de ônibus ainda não é o bastante. “Sistema de ônibus rápidos é uma alternativa que é mais viável em termos de certeza de execução, e relativamente mais barata. Mas só que não é a melhor pra cidade. A melhor pra cidade, realmente, é expandir o metrô até onde puder – até a Barra, que é o sonho inicial que a gente tem”, disse o engenheiro José Eugênio Leal, da PUC.

Novas estações do metrô

Ainda esse ano os moradores de Ipanema, na Zona Sul, já vão poder ir pra casa de metrô com a inauguração da Estação General Osório.

Além da extensão da linha 1 até Ipanema, estão previstas outras inaugurações. Em dezembro começa a funcionar a ligação direta entre a Pavuna e Botafogo. Sem precisar mais da baldeação do Estácio, a viagem fica 13 minutos mais curta.

Já para a estação Uruguai, na Tijuca, Zona Norte, a previsão é de inauguração em 2014, quando o metrô também deverá chegar a Gávea, passando por três novas estações, em Ipanema e no Leblon.

E embora não faça parte da promessa olímpica, a intenção dos governos estadual e municipal é que, com os jogos no Rio, o metrô também chegue à Barra da Tijuca até 2016.

“Imagina você ter o metrô chegando à Barra. O engarrafamento pra Barra é terrível, você hoje leva uma hora e vinte, uma hora e meia pra chegar na Barra, e com o metrô você levaria vinte minutos”, disse o engenheiro do metrô Eduardo Aguiar.

Autor: G1