Novos terminais serão necessários a partir de 2019

A capacidade operacional dos terminais de contêineres do Porto de Santos, considerando suas ampliações e os projetos em andamento, atenderá o movimento de cargas da região nos próximos 10 anos. A conclusão integra o master plan do cais santista,um estudo que compara projeções comerciais e a necessidade de infraestrutura, a fim de nortear as ações de expansão do complexo, obtido com exclusividade por A Tribuna. 

Hoje, os quatro terminais do Porto de Santos especializados em contêineres (Tecon, Tecondi, Libra e Rodrimar) conseguem operar anualmente até 3 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), o que atende a demanda do mercado. Neste ano, a expectativa é que o cais santista movimente 2,7 milhões de TEUs.

O master plan, encomendado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), prevê quatro cenários, um a cada cinco anos. Para o presidente da Codesp, José Roberto Serra, que adiantou os dados para A Tribuna, “todos os cenários são muito factíveis”. Segundo Serra, pesquisas feitas isoladamente por algumas empresas apontam as mesmas perspectivas do BID.

No primeiro cenário, de 2009 a 2014, a demanda anual de cargas do Porto chegará a 4,25 milhões de TEUs, enquanto as instalações portuárias poderão escoar 6,55 milhões de TEUs.

“O interessante é que estaremos com uma capacidade de terminais 54% maior do que a demanda projetada do mercado para o Porto até 2014, mas esta diferença vai diminuindo com o passar dos anos”, analisou o presidente. Nesse primeiro cenário, o estudo do BID já considera as primeiras operações das instalações que, hoje, estão em construção. É o caso da Embraport e do Brasil Terminal Portuário (BTP), respectivamente ao fundo da Ilha Barnabé e entre o Cais do Saboó e a Alemoa. Ambos devem entrar em atividade em cerca de três anos.

2014-2019

De 2014 a 2019, a diferença entre a demanda projetada e a oferta de infraestrutura diminuirá, ficando em torno de 21%. “Neste momento, ainda teremos uma folga com os terminais atuais e com os que hoje estão em fase de construção (referindo-se ao Embraport e à BTP). Mas começará a apertar e haverá a necessidade de se fazer novos projetos”, analisou o presidente da Docas.

Apesar de nos próximos 10 anos, os projetos suprirem a demanda, há riscos, alertou o presidente. Dependendo da políticado setor, é possível acontecer uma aceleração da ocupação da capacidade.

Serra explicou que, como até lá Santos deverá estar consolidado como um hub port (porto concentrador de cargas), é provável que haja um volume maior de contêineres de transbordo, especialmente com os incentivos e a retomada para a cabotagem (navegação entre portos de um mesmo país). “E com a dragagem de aprofundamento (que ampliará a profundidade de 13 para 15 metros), esse processo será acelerado”.

Autor: A Tribuna