SEP ou SP: quem dará a palavra final na ponte entre Santos e Guarujá?

O ministro dos Portos, Pedro Brito, foi enfático ao afirmar na terça-feira (25) que a palavra final sobre a construção da ponte estaiada ligando Santos a Guarujá será da Codesp. Por sua vez, o Governo de São Paulo está neste momento escolhendo a empresa responsável pelo projeto executivo da polêmica obra. Assim, fica uma dúvida no ar. Quem dá a palavra final: Secretaria Especial de Portos ou Governo do Estado? Pelo jeito, os dois querem cumprir este papel. 

Pedro Brito destacou que a ponte estaiada orçada em R$ 500 milhões oferece uma alternativa à travessia de balsas entre Santos e Guarujá. Porém, ela não pode se tornar um gargalo logístico e atrapalhar a expansão do porto santista. O ministro dos Portos citou a proposta de elevação da altura da ponte de 70 para 80 metros e a garantia de que ela terá, no Canal do Estuário, um vão de 300 metros, permitindo a passagem de dois navios ao mesmo tempo, algo que hoje não existe.

A palavra final sobre a construção desta ponte ficará com a Codesp, pois o Porto de Santos está em processo de expansão e não podemos criar gargalos”, destacou Brito, invocando uma mudança de posição da estatal. Sabe-se que, do jeito que está, o projeto apresentado pelo governo paulista não agrada as autoridades. Ele prevê a construção de uma ponte que cruzará o porto, mas a ideia é proibir a circulação de caminhões, sendo a ponte exclusiva para carros de passeio e motos. 

Enquanto o ministro dos Portos diz, com todas as letras, que a palavra final sobre o assunto será da 
Codesp, o secretário de Transportes de São Paulo, Mauro Arce, vai na contramão e toca o processo da ponte adiante. Explicou que a contratação da empresa que fará o projeto executivo da obra está em fase final e, provavelmente a partir do mês que vem ou em outubro, no mais tardar, prefeituras, Autoridade Portuária e Governo Federal serão chamados para dar sugestões. 

“Tivemos no final de julho um acidente envolvendo um navio desgovernado e uma das balsas que operam na travessia. Ali, ficou claro que alguma coisa precisa ser mudada. O porto vai crescer e não dá para conciliar as duas coisas. É por isso que propusemos a ponte. E o projeto que apresentei antes pode ser mudado. Há tempo para isso. Só não podemos nos dar ao luxo de discutirmos o tema indefinidamente. O Governo do Estado quer resolver logo este assunto”.

Autor: Porto Gente