Trem-bala no papel há mais de 40 anos

Maior projeto de infraestrutura em elaboração na esfera federal, o trem-bala que levará passageiros do Rio a São Paulo e Campinas é um sonho acalentado há mais de 40 anos. Ao fim da década de 1960, o Brasil discutia a urgência de se modernizar a ligação ferroviária, desafogando a já sobrecarregada Via Dutra. A alternativa era um trem de alta velocidade, inspirado nos modelos japonês e francês.

De lá para cá, o abandono da malha ferroviária tornou a existência do trem-bala quase uma lenda urbana. Somente nos últimos 12 anos o projeto voltou a ser debatido, mas sua complexidade e o alto custo sempre abortavam a iniciativa.

Uma primeira proposta foi elaborada em 1997 por um consórcio reunindo Siemens, Odebrecht e Interglobal, utilizando tecnologia alemã para um trem de média velocidade, por US$ 6,3 bilhões. Sete anos depois, a italiana Italplan Engineering apresentou projeto de US$ 9 bilhões, sem paradas intermediárias e sem ir até Campinas.

Mas foi só em 2007, quando o governo assumiu a aposta na malha ferroviária e incluiu trechos no PAC, que deu-se andamento ao Trem de Alta Velocidade. O trem-bala, se sair do papel dessa vez, poderá transportar até 32,6 milhões de usuários em 2014, e a passagem mais barata deverá custar entre R$ 150 e R$ 200. O trajeto terá 511 quilômetros, e o trem vai operar a uma velocidade máxima de 300 km/h. O trecho Rio-São Paulo será feito em 93 minutos

Autor: O Globo