O mais ambicioso experimento científico já construído pelo homem, o LHC (Large Hadron Collider, ou “grande colisor de hádrons”) volta à carga em novembro.
Depois de ter entrado em funcionamento em 10 de setembro do ano passado, para ser desligado nove dias depois, o maior acelerador de partículas do mundo deverá recomeçar aos poucos. Segundo a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), o LHC deverá acelerar partículas a 3,5 trilhões de elétrons-volt (teV) por feixe, metade da energia prevista inicialmente pelo projeto.
O anúncio foi feito após todos os testes nas conexões elétricas do acelerador terem sido completados e bem-sucedidos, indicando que não são necessários mais reparos para que entre em operação com segurança.
“Escolhemos 3,5 teV para começar porque esse valor permite que os operadores ganhem experiência em conduzir a máquina com segurança, ao mesmo tempo em que abrem uma nova região de descoberta para os experimentos”, disse Rolf Heuer, diretor-geral do Cern.
Depois dos problemas técnicos que levaram ao desligamento do LHC em 2008, os testes se concentraram nas 10 mil conexões elétricas supercondutoras de alta corrente que integram o acelerador, como aquela que levou à falha que motivou o desligamento.
Essas conexões têm duas partes: o próprio supercondutor e um estabilizador de cobre que transporta a corrente caso o supercondutor se aqueça em demasia e pare de funcionar. Os testes mais recentes foram feitos no estabilizador, de modo a garantir que irá funcionar com eficiência.
“Sabemos hoje muito mais sobre o LHC do que há um ano. Podemos olhar para a frente com confiança e entusiasmo de que teremos um bom funcionamento durante o próximo inverno [no hemisfério Norte] e no ano que vem”, disse Heuer.
Os primeiros dados do LHC deverão ser coletados algumas semanas depois que o primeiro feixe de partículas for injetado no acelerador. A expectativa dos responsáveis pelo projeto é que a experiência acumulada nos primeiros meses permita aumentar a aceleração para 5 teV até o fim de 2010 e, em seguida, para 7 teV por feixe.
Mais informações: http://public.web.cern.ch e http://lhc.web.cern.ch/lhc
Autor: Agência FAPESP