Pesquisadores gaúchos estudam a possibilidade de o Brasil produzir seus próprios equipamentos para transformar a radiação solar em eletricidade
No que depender de um grupo de pesquisadores gaúchos, a energia solar terá uma utilidade muito mais ampla no país do que simplesmente aquecer água – sistema já utilizado em algumas casas brasileiras.
Um estudo em finalização no Tecnopuc, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), dará condições ao Brasil de produzir seus próprios equipamentos para transformar a radiação solar em eletricidade, aproveitando as longas horas de incidência de sol.
Chamado de painel fotovoltaico, o equipamento contém lâminas de silício, encontrado em abundância em solo brasileiro. É capaz de transformar a luz captada em energia elétrica por meio de componentes denominados células solares.
Desde o início das pesquisas, em 2002, o grande desafio imposto aos pesquisadores foi encontrar uma forma de produzir essas células no Brasil. Ao todo, oito laboratórios, onde trabalham 20 pessoas, entre estudantes de graduação e pós-graduação, participaram do estudo, que recebeu um aporte de mais de R$ 6,8 milhões de diferentes fontes de financiamento.
Segundo os coordenadores da pesquisa, Adriano Moehlecke e Izete Zanesco, trata-se do único espaço na América Latina com capacidade para receber a matéria-prima – o silício – e chegar ao produto final, pronto para funcionar. Quando houver estiagem e sol em abundância, o sistema produzirá ao máximo, permitindo, por exemplo, que hidrelétricas represem as águas escassas em razão da seca.
Segundo Moehlecke, daqui a 10 anos, os módulos serão um eletrodoméstico comum. Os primeiros resultados práticos da pesquisa começarão a ser conferidos a partir de setembro. Um total de 200 painéis passará a ser testado por três empresas do setor de energia, apoiadoras da pesquisa – Eletrosul, CEEE e Petrobras.
Autor: Obras 24 horas