Tecon recebe três novos portêineres com tecnologia inédita na América

Três novos portêineres adquiridos pela operadora SantosBrasil S.A. chegaram ontem ao Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Santos, instalação arrendada à empresa. Eles entrarão em funcionamento em 30 dias, colocando em prática uma tecnologia inédita no continente americano. A capacidade operacional do terminal será ampliada em 33%, para 2 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano, segundo a companhia. 

Os aparelhos vieram a bordo do navio Zhen Hua 27, com bandeira de Hong Kong, que passou pela Fortaleza da Barra às 13h55 em direção ao Tecon, localizado na Margem Esquerda (Guarujá). Os equipamentos, com 60 metros de altura, na cor azul-escuro, chamaram a atenção de quem passava pela orla. 

Os portêineres começariam a ser descarregados na tarde de ontem, mas a operação (que deve durar oito dias) foi interrompida devido aos fortes ventos que atingiram a região. O Zhen Hua 27 chegou a se chocar com outro navio e foi segu- ro por rebocadores, mas a carga não sofreu avarias. 

Outros dois portêineres, de cor azul-claro, foram trazidos no navio, mas não ficarão em Santos. Eles foram adquiridos pela empresa APM Terminals para o Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi), em Santa Catarina, para onde seguirão quando for concluída a operação no Porto de Santos. 

Cada um dos três aparelhos super pós-Panamax ZPMC, do tipo Double Hoist, é capaz de movimentar quatro contêineres de 20 pés ao mesmo tempo. Sua lança possui 55 metros de comprimento, o que permite melhor alcance de cofres localizados do lado oposto do navio. Além disso, ele permite a operação simultânea de três guindastes, em navios com capacidade para até 11 mil TEUs. 

MAIS TRÊS 

A operadora portuária aguar- da para agosto a chegada de outros três portêineres do mesmo tipo. O investimento total é de R$ 60 milhões. 

Com os seis novos portêineres, a capacidade máxima de movimentação de contêineres por hora deve passar das atuais 108,24 ­ total registrado no último domingo, no navio Ital
Fiducia ­ para 160, quando o Porto de Santos começar a rece- ber embarcações com 7 mil TEUs de capacidade. Isso deverá ocorrer quando o canal de navegação for aprofundado dos atuais 13,4 metros (médios) para 17, na última fase da dragagem encomendada pela Secretaria Especial de Portos. 

Quando a capacidade da frota de navios que atende Santos aumentar, a empresa deverá elevar sua média de movimentações de 50 para 80 cofres por hora. Atualmente, os maiores navios operados no terminal podem carregar até 5.500 TEUs. “De 26 escalas por semana, recebemos seis pós-Panamax. 

Com o aprofundamento do canal, esperamos que este total aumente para 13 (pós-Panamax) das 26 escalas”, explica o diretor operacional da Santos-Brasil, Antonio Carlos Sepulveda.
Os portêineres foram produzidos pela empresa chinesa ZPMC, especializada na construção de equipamentos portuários. O navio Zhen Hua 27, encarregado do transporte, navegou por 40 dias do Porto de Xangai, na China, até Santos, sem escalas. É a primeira vez que a empresa recebe guindastes de grande porte já montados. Na compra dos outros 12 grandes equipamentos de pátio da empresa, no final de 2007, eles foram concluídos no próprio terminal. 

Segundo o diretor da Santos-Brasil, o investimento só foi possível devido à garantia da Codesp de que vai aprofundar o canal de navegação do complexo portuário santista

Autor: A Tribuna