Secretário de Desenvolvimento do Estado, Geraldo Alckmin, durante cerimônia de assinatura do contrato; ao fundo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho
O secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou nesta segunda-feira, 2, contrato para implantação do primeiro laboratório brasileiro voltado à pesquisa de estruturas leves para aviação no Parque Tecnológico de São José dos Campos. O objetivo é buscar tecnologia para desenvolver novos materiais capazes de reduzir o peso das aeronaves.
O convênio prevê investimentos de R$ 90,5 milhões para construir, equipar e operar o laboratório. Os recursos serão obtidos pelo governo do Estado e pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A parceria foi assinada por Alckmin, secretário de Desenvolvimento, representando o governador José Serra (PSDB) e pelos representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Embraer e BNDES.
A Secretaria de Desenvolvimento também destinou, no final de dezembro do ano passado, um aporte de R$ 2,5 milhões do orçamento do governo do Estado para adequar o novo laboratório.
Os recursos do banco correspondem a 30,5% do custo total do laboratório. “O setor aeronáutico e seus desafios tecnológicos são considerados prioritários e estratégicos pelo BNDES e foram incluídos na nova fase da política industrial brasileira. Os projetos do laboratório podem ter aplicação também para outros setores, como a exploração de petróleo em águas profundas”, afirmou Luciano Coutinho, presidente do BNDES.
Em São José, o presidente do BNDES ainda visitou as instalações da Vale Soluções em Energia – VSE, que é uma parceria entre o BNDES e a Vale, que também fica no Parque Tecnológico de São José dos Campos. A VSE está desenvolvendo motores de grande eficiência energética.
Para o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, o projeto estudará o aumento na resistência dos materiais estruturais das aeronaves, permitindo maior pressão e umidade dentro da cabine, mas sem aumentar o peso da estrutura.
“Apesar de ter foco no ramo da aeronáutica, o empreendimento também será capaz de desenvolver tecnologias em aplicações na indústria automobilística e de autopeças, petróleo e gás, naval, bélica, geração e transporte de energia elétrica, construção civil e bens de capital”, comentou Oliveira.
A base de pesquisas do laboratório será o desenvolvimento de materiais compósitos, obtidos a partir de fibra de carbono e resinas. De acordo com o diretor do IPT, esses materiais aliam alto desempenho estrutural à leveza e o gasto de energia nos equipamentos é menor se comparado a materiais tradicionais.
O laboratório será instalado em uma planta térrea de cerca de 4 mil m², cedido pela prefeitura de São José dos Campos. O projeto conta com duas grandes máquinas que permitirão a deposição automática, robotizada, da fibra de carbono para fabricação de peças para diversos tipos de aplicação. Além dos materiais compósitos, o laboratório trabalhará com materiais metálicos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em junho do ano passado verba a fundo perdido que será utilizado no projeto, através de recursos do Fundo Tecnológico (Funtec) – destinado a financiar projetos voltados para o desenvolvimento tecnológico e inovação de interesse estratégico. O IPT será responsável pela operação, pelo plano de negócios e pela manutenção das instalações.
“É um projeto interessante que soma esforços dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal”, afirmou Alckmin. Participaram ainda do evento, o Presidente da FAPESP Celso Lafer, os deputados Marcelo Ortiz (PV-SP) e Hélio Nishimoto (PSDB-SP), além de inúmeros prefeitos do Vale do Paraíba.
Autor: Fapesp