O maior evento do setor de petróleo da América Latina – a Rio Oil & Gas – começa hoje diante de um cenário bastante diferente daquele de 2006, quando foi realizada sua última edição. O evento bienal, que atrairá para o Rio de Janeiro, até quinta-feira, milhares de executivos, técnicos e especialistas da área, neste ano deverá ter as atenções voltadas principalmente para o pré-sal, seus desafios tecnológicos e as mudanças que vai acarretar tanto no marco regulatório nacional, quanto no panorama mundial do petróleo.
A este tema, foi somado, na última semana, o temor pela falta de gás natural provocado pelos conflitos ocorridos na Bolívia. Faltando pouco mais de 10 dias para o governo federal apresentar as conclusões de sua Comissão Interministerial, constituída para discutir o tema, as especulações e as projeções serão tema central no evento. Mesas de debates devem ter a participação dos principais executivos da Petrobras e de companhias internacionais, como a norte-americana Chevron, a espanhola Repsol, a britânica BP e a norueguesa Norse.
Como assuntos coadjuvantes, o preço do petróleo e as estimativas para sua evolução terão também assento junto às mesas de discussões. No ano em que o barril atingiu sua maior cotação histórica, mais de US$ 140 – o dobro do máximo atingido em 2006, quando ocorreu a última conferência mundial – a preocupação imediata não é mais, como no passado, a do alcance de um novo patamar de preço o que, neste caso, seria o de romper a barreira dos US$ 150 ou até US$ 200.
Uma questão que deverá ser debatida é se a queda do preço do barril de petróleo nos últimos dois meses pode ser considerada apenas como pontual, ou se há ainda espaço para que uma curva vertiginosa impeça o desenvolvimento de projetos mais caros e complexos tecnologicamente, incluindo aí as áreas do pré-sal.
Com quatro painéis simultâneos diários durante os dias do evento, a principal Conferência da Rio Oil & Gas também abrirá espaço para os biocombustíveis. O etanol e o biodiesel ganharam bem mais espaço do que na última edição, em 2006, quando foram tema de apenas um painel.
Desta vez, serão quatro painéis com representes da União das Indústrias de cana-de-açúcar (Unica), universidades e de empresas privadas como a Shell, ou mesmo da Petrobras.
A África, que era a principal promessa futura de descobertas de novas reservas em 2006 cedeu seu lugar ao Brasil, depois das estimativas de reservas do pólo de Tupi na Bacia de Santos. Ao continente africano, restou espaço apenas na feira paralela ao evento, e não mais nas discussões principais. Já os demais países da América Latina – principalmente a Bolívia que está vivendo uma nova crise no momento – terão lugar em um seminário paralelo, promovido pela Organização da Indústria Petroleira (Onip).
O maior evento do setor de petróleo da América Latina, a Rio Oil & Gas, terá como tema principal a exploração dos recursos do pré-sal.
Autor: DCI