As principais construtoras do país criaram um banco de projetos de 200 obras viárias para a cidade de São Paulo, no valor de R$ 15,6 bilhões, para “servir de orientação” aos candidatos à prefeitura
Veja lista de projetos viários feitos por empreiteiras para São Paulo
O plano, intitulado “São Paulo por um trânsito melhor”, contempla 54 viadutos, 18 pontes, 44 novas avenidas, 26 alargamentos ou duplicações, 36 passagens subterrâneas e 13 túneis (veja reportagem).
Entre as obras, há propostas de intervenções polêmicas, como a construção de um complexo de R$ 884 milhões com túneis no Morumbi e outro de R$ 254 milhões entre a rodovia Raposo Tavares e a marginal Pinheiros. Há ainda um “mergulhão” (seqüência de passagens subterrâneas) de R$ 323 milhões na avenida do Estado, do parque Dom Pedro até a avenida Cruzeiro do Sul.
A estratégia do estudo contratado pelo sindicato que reúne as empreiteiras no Estado, na prática, é deixar as sugestões na prateleira para acelerar a tomada de decisões por novas obras de interesse direto da indústria da construção pesada.
Na avaliação de cinco especialistas ouvidos pela Folha, a proposta de expansão da malha viária principalmente voltada para os carros vai na contramão da necessidade de restrição ao transporte individual e de prioridade ao coletivo (leia a íntegra).
“Se a obra for para atender os ônibus, tudo bem. Se não, está na contramão da história”, afirma Horácio Figueira, consultor de transportes.
“São obras tentadoras para quem anda de carro. Mas grande parte é pouco prioritária, num contexto em que há pouco dinheiro”, diz Claudio Barbieri, professor do departamento de transportes da Poli-USP.
Autor: Folha On Line