O Brasil não poderá prescindir da energia nuclear no futuro porque, da mesma forma que o petróleo é um bem finito, os recursos hidrelétricos do país podem acabar. A avaliação foi feita na quarta-feira (13) pelo coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde José de Castro.
“O potencial hidrelétrico vai ser ocupado. Vai acabar. E aí o Brasil já tem que hoje, olhando para o futuro, ir diversificando a sua matriz de energia elétrica. E a energia nuclear é necessária. Não há como você tirar a [fonte] nuclear de estudos de mudança da matriz energética”.
O economista afirmou que países desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra estão voltando a investir na área nuclear. “Também a Europa vai reinvestir em energia nuclear porque ela não gera efeito estufa”, previu Castro.
Segundo ele, o problema ambiental gerado pelo armazenamento dos resíduos atômicos pode ser minimizado diante do benefício com o uso dessa fonte de energia. O economista acredita que, com o reinício das obras de Angra 3, a questão da destinação dos resíduos certamente será equacionada de forma satisfatória.
Já o economista do Gesel, Roberto Brandão, classificou o leilão de linhas de transmissão da Usina Hidrelétrica do Rio Madeira (RO), como um marco para o país, devido à extensão que será percorrida para levar energia de Rondônia até São Paulo.
O leilão deverá ser realizado em setembro deste ano. Serão ao todo 2.400 quilômetros de linhas de transmissão de energia, leiloadas no modelo de linha em corrente contínua, pouco usado em nível mundial, segundo Brandão.
Ele classificou o leilão de uma iniciativa original. “É (um leilão) original porque os próprios agentes privados vão decidir se vão ser dois elos de corrente contínua ou um elo de contínua e outro de corrente alternada.”
Autor: Agência Brasil