A ex-ministra Marta Suplicy (PT), candidata à Prefeitura de São Paulo, pregou nesta terça-feira uma parceria entre o município e governo José Serra (PSDB), do mesmo partido de Geraldo Alckmin, seu adversário, em encontro com representantes de sindicados ligados à construção civil e à infra-estrutura.
Ela nega, no entanto, que se trate de uma estratégia para tentar diminuir um possível acirramento da disputa no segundo turno. Marta e Alckmin lideram as pesquisas, que apontam para uma eventual segunda etapa.
“Não. Não tem nada disso [de uma possível estratégia]. Se eleita prefeita, se tiver essa oportunidade dada pelo povo de São Paulo, uma parceria com o governo do Estado é imprescindível, assim como para o governador do
Estado é imprescindível uma parceria com o governo federal”, afirmou a ex-ministra.
A petista disse ainda que acredita que as tratativas com o governador serão tranqüilas, caso eleita. “A conversa vai rolar tranqüilamente porque todos querem o bem de São Paulo.”
Marta classificou como “gigantescos” os problemas na cidade de São Paulo, sobretudo no setor de transporte e de infra-estrutura, temas dominantes no encontro de hoje. Para a petista, as soluções passam pelas parcerias, indecentemente do candidato eleito.
“Hoje os problemas de São Paulo são tão gigantescos que só uma instância como a estadual como a municipal ou só a federal não dá conta. Precisa a parceria da três instâncias. E isso me parece que é muito claro para o governo estadual, para o governo federal e para o município, não importa que seja eleito”.
Marta participou de encontro com seis presidentes de sindicatos patronais da construção civil, infra-estrutura, obras públicas, entre outros. Ela colheu mais elogios do que críticas à exposição das propostas, citando números e cifras, sobretudo no setor de transportes e de infra-estrutura.
O presidente do Instituto dos Engenheiro, Edemar Amorim, se diz surpreso positivamente com as idéias da ex-ministra. Porém, ele considerou “modestos” as cifras de investimentos necessárias, no entender da petista, para ampliação do Metrô. A ex-ministra prometeu recursos na ordem de R$ 500 milhões por ano.
“Tem de ser no mínimo o dobro. Tem de ser no mínimo R$ 1 bilhão por ano de investimentos da prefeitura”, frisou Amorim. Ele disse que é necessário fazer mais 200 quilômetros de metrô na cidade, mas que o trabalho é para pelo menos duas gestões.
Autor: Folha Online