A candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PT, Marta Suplicy, se reuniu nesta terça-feira (22) com integrantes de entidades da engenharia, da construção civil e da indústria imobiliária.
A ex-prefeita mostrou intenção, se eleita, de investir R$ 490 milhões por ano no Metrô durante sua gestão para preparar a cidade para a Copa de 2014. De acordo com o plano de Marta, o governo estadual investiria outros R$ 980 milhões por ano e o governo federal mais R$ 490 milhões por ano.
O presidente do Instituto de Engenharia, Edemar Amorim, considerou o estudo adequado do ponto de vista técnico , mas criticou o valor da proposta. “Acho que R$ 490 milhões é pouco”, afirmou. Sem firmar compromisso, Marta se dispôs, assim que ouviu a crítica, a rever a cifra a ser investida pela prefeitura em sua eventual gestão. ” Podemos ver porque agora há mais orçamento”, disse.
Após o encontro, Amorim afirmou que a prefeitura precisa investir “pelo menos o dobro” do que Marta previu por ano. De acordo com ele, “o governo do estado precisa investir também R$ 2 bilhões” e o governo federal precisa aumentar sua participação, uma vez que a cidade contribuiu com arrecadação “astrônomica” para os cofres federais. “Isso tem que retornar porque sem Metrô a cidade pára.”
Amorim também afirmou que o próximo prefeito de São Paulo deverá investir na formação de uma nova equipe de engenheiros na administração municipal, porque atualmente há déficit de profissionais e de projetos.
“Nestes últimos 30 anos, a Prefeitura sofreu diminuição da qualidade de seu corpo técnico. Não tem gente para projetar, fiscalizar e dar assessoria técnica. A gente tem que ter com quem falar”, afirmou.
Durante sua exposição, Marta afirmou que São Paulo tem um problema “crítico”, que é o trânsito, e três problemas “crônicos”, que são a educação, a segurança e a habitação. Entre as idéias para lidar com o problema crítico, estão a integração da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) com a São Paulo Transportes (SPTrans) e a modernização dos corredores de tráfego já existentes.
Na reunião, Marta comentou ainda o crescimento do país e os reflexos para o setor de construção em São Paulo.”Daqui a pouco, vamos estar como Pequim, cheia de guindastes”, disse.
Entre os participantes estavam o empresário Sérgio Watanabe, que assumirá em agosto a presidência do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo (Sinduscon-SP); Romeu Chap Chap, presidente do Conselho Consultivo do Secovi (Sindicato da Habitação); e Marlus Renato Dall´Stella, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do estado de São Paulo (Sinicesp).
O encontro, promovido pelo Instituto de Engenharia, é primeiro de uma série. No dia 28, é a vez do candidato Paulo Maluf (PP); no dia 6, de Geraldo Alckmin (PSDB); e, no dia 13, de Gilberto Kassab (DEM).
Autor: G1