A Petrobras começará as vendas de biocombustível no Japão ainda este ano, informou a edição matinal de ontem do jornal The Nikkei. A Petrobras venderá a mistura E3 – gasolina misturada com 3% de etanol – para postos independentes, com o preço por litro no atacado previsto em 1 a 2 ienes abaixo do preço da gasolina comum. A estatal usará o etanol importado do Brasil.
Segundo o jornal, depois de ter obtido sucesso na produção em massa e a custo baixo do etanol de cana-de-açúcar, a Petrobras acredita que a mistura E3 será mais barata do que a gasolina comum mesmo com os custos de importação e de transporte.
A Petrobras exporta o biocombustível para os EUA, China e Taiwan e tem procurado oportunidades para entrar no mercado japonês, disse o jornal. A companhia brasileira planeja misturar gasolina e etanol na refinaria Nansei Sekiyu, que a estatal comprou em abril, e vender a mistura para cerca de 10 mil postos não ligados às grandes distribuidoras. A produção total é estimada em até 30 mil barris/dia, ou o equivalente a cerca de 3% do consumo doméstico.
A notícia é bastante positiva para os japoneses que dependem fundamentalmente do petróleo importado. O preço médio do barril nos últimos 200 dias ultrapassou os US$ 100 pela primeira vez na Bolsa Mercantil de Nova York, indicativo da durabilidade da alta que ameaça o crescimento da economia mundial.
Os contratos futuros de petróleo negociados em Nova York quase dobraram de preço no período de 12 meses devido à disparada da demanda dos mercados emergentes, e num momento em que a desvalorização do dólar leva os investidores a buscar alternativas às ações e aos bônus.
O chamado indicador da média móvel de 200 dias ultrapassou os US$ 70 em 7 de novembro do ano passado, os US$ 80 em 8 de fevereiro deste ano e os US$ 90 em 23 de abril.
Os operadores utilizam médias móveis de diferentes períodos em conjunto com outros padrões estatísticos para tomar decisões de compra e venda.
“Cem dólares é um patamar psicológico fundamental, e a média de 200 dias reforça isso”, disse Olivier Jakob, diretor-executivo da Petromatrix Gmbh de Zug, Suíça.
Autor: DCI