O presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou hoje que a companhia pretende alcançar uma produção de, pelo menos, 80% do seu consumo de minério de ferro nos próximos anos. Segundo o executivo, a produção própria hoje gira entre 20% e 30% da necessidade – neste ano deve alcançar 5,5 milhões de toneladas. “Estamos investindo para balancear essa relação”. A Gerdau possui duas minas de onde extrai a matéria-prima.
Segundo o executivo, que participa do Congresso da Indústria 2008, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a decisão de atuar no segmento de mineração deve ser avaliada por cada empresa do setor. Na semana passada, o presidente da Vale, Roger Agnelli, criticou as siderúrgicas que estão aumentando a produção de minério. “É uma opção empresarial, assim como a Vale participa hoje de projetos siderúrgicos”, disse Gerdau.
Questionado sobre a possibilidade de nova rodada de reajuste do aço no mercado interno, o executivo disse que não há uma definição, já que novos aumentos dependem do cenário mundial. Ele explicou que o preço no Brasil acompanha as cotações internacionais. “No momento verificamos várias altas do aço no mundo e pode acontecer também no Brasil”. Ele lembrou que a companhia já promoveu dois reajustes na primeira metade do ano, de 5% e 10%, respectivamente.
Gerdau observou ainda que o ritmo de crescimento da China deve continuar forte, o que manterá pressão sobre as commodities. O presidente do conselho da Gerdau ressaltou que o Brasil tem a vantagem de ter excedente de produção de aço. Segundo ele, o País consome cerca de 22 milhões de toneladas por ano e produz entre 36 milhões e 37 milhões de toneladas. “O País tem elasticidade para ajustar sua exportação e atender um aumento de demanda no mercado doméstico”.
Autor: Agência Estado