O Greenpeace lança hoje em Salvador, no Congresso Brasileiro de Planejamento Energético, o relatório “A caminho da sustentabilidade energética – Como desenvolver um mercado de renováveis no Brasil”. O estudo traça um panorama mundial do uso de energias renováveis e aponta medidas fundamentais para a estruturação do setor no Brasil. O objetivo é fomentar a discussão sobre como inserir o País em um mercado promissor, que em 2007 movimentou US$ 75 bilhões – um crescimento de 70% em relação à 2005.
O potencial da área também pode ser medido pelas taxas médias de crescimento dos segmentos de energia solar e eólica, que nos últimos anos atingiram a casa dos 50% e 30%, respectivamente. A expansão desse mercado no Brasil, no entanto, só é possível a partir do desenvolvimento de uma política efetiva de incentivo ao uso de fontes alternativas de energia. Por isso, os principais pontos do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e as atuais propostas nacionais de legislação para o setor são analisados detalhadamente no relatório.
Iniciado em 2002, o Proinfa deve ser concluído neste ano, com um histórico extenso de problemas. Até agora, dos 3,3 mil MW de energias renováveis contratadas pelo programa, apenas 1 mil MW entraram em operação. “Sugerimos, como principais premissas para o fortalecimento da indústria renovável nacional, adoção de preços coerentes, incentivos fiscais, leis locais que criem condições para o estabelecimento de fabricantes e internalização de benefícios sociais e ambientais na tarifa, o que já é praticado em diversos países”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.
A diversificação da matriz energética, além de abrir novas oportunidades para a indústria, é uma necessidade do País. “Hoje, o parque elétrico nacional é baseado em grandes usinas hidrelétricas eabsolutamente dependente do regime pluviométrico. Apesar de complementado pelo acionamento temporário de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, esse modelo provoca insegurança e ameaça o desenvolvimento do Brasil”, explica Baitelo. “Os riscos de racionamento podem ser minimizados, no curto prazo, com políticas sérias de incentivos às renováveis. Estamos propondo um novo modelo”.
O relatório “A caminho da sustentabilidade energética pretende dar seguimento à proposta colocada no estudo [r]evolução energética, produzido pelo Greenpeace com apoio de pesquisadores ligados ao GEPEA/USP em 2007. A publicação mostra que o mercado de energias renováveis, combinado ao uso racional e eficiente de energia, poderá suprir metade da demanda energética mundial em 2050 e reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa do setor energético em até 50%. O estudo traça um cenário de energia elétrica limpa e diversificada para o Brasil em 2050, a partir do uso de energia eólica, solar, biomassa e centrais hidrelétricas de pequeno porte.
O estudo completo está disponível na internet, no endereço: http://www.greenpeace.org/brasil/documentos/energia/a-caminho-da-sustentabilidade
Autor: Assessoria de imprensa