A Comissão Européia analisou nesta quarta-feira (7), na reunião semanal do colégio de comissários, a alta dos preços dos alimentos, isentando de culpa os biocombustíveis e responsabilizando um conjunto de fatores, como o fato de haver mais procura do que oferta.
A alta dos preços da energia e a queda do dólar, aliadas a um ciclo de colheitas fracas e à volatilidade dos mercados financeiros, são ainda aspectos que, para Bruxelas, colaboram para a alta dos preços dos alimentos, em especial dos cereais.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Comissão Européia destaca que “a produção de biocombustíveis na União Européia (UE) é demasiado pequena para ter impacto nos preços da comida”.
Bruxelas lembra ainda que o Conselho Europeu (reunião dos governantes da UE) estabeleceu “apenas no ano passado” a meta de que 10% da energia consumida nos transportes provenha de biocombustíveis em 2020, enquanto a Comissão Européia só apresentou propostas para a execução desse plano em janeiro.
O órgão executivo da UE afirma que o objetivo de atingir a cota de biocombustíveis não deve ser conseguido “a qualquer preço”, mas “sob condições estritas”, de um modo sustentável, que inclua “a viabilidade comercial dos biocombustíveis de segunda geração”.
Por outro lado, Bruxelas assume o compromisso de “aproveitar a avaliação da reforma da PAC (política agrícola comum) para acabar com ajudas desnecessárias à produção”, bem como de “continuar vigiando a cadeia de fornecimento alimentar na UE”.
Diante da atual situação mundial, com os graves problemas de acesso à comida por parte das populações mais carentes, a Comissão Européia reafirmou também a intenção de aumentar a concessão de ajuda alimentar e a assistência humanitária.
Autor: Folha Online