A companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco) apresentou ao Ibama e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) pedido de autorização para a construção de um alcoolduto de 1,12 mil quilômetros ligando o município de Alto Taquari (MT) ao porto de Santos. Somado à construção de seis terminais de coleta e entrega de álcool ao longo do percurso, o projeto está orçado em US$ 1 bilhão, conforme antecipado na edição do Estado de ontem pela coluna Direto da Fonte.
O principal executivo da empresa, o ex-presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul, confirmou o empreendimento na semana passada ao inaugurar, em Alto Taquari, parte das obras da primeira usina de etanol, de um total de dez que a empresa está construindo.
Esta primeira usina receberá investimentos de R$ 450 milhões para processar 3 milhões de toneladas de cana, e produzir 275 milhões de litros de álcool a partir da safra de 2009. As dez usinas terão capacidade para 3,7 bilhões de litros. Já o alcoolduto terá capacidade para transportar 4 bilhões de litros, podendo, portanto, atender à necessidade logística de outros produtores da região, interessados em exportar.
Os terminais da Brenco deverão ser instalados nos municípios de Alto Taquari, Costa Rica (MS), Paranaíba (GO), São José do Rio Preto e Paulínia (SP), além do terminal de exportação em Santos.
Segundo o diretor da Brenco, Rogério Manso, o projeto não será concorrente dos alcooldutos que a Petrobrás pretende instalar em trajetos ligando o Estado de Goiás à Paulínia e posteriormente ao Rio, e o Mato Grosso ao terminal de Paranaguá. “São projetos completamente diferentes. Nós estaremos entrando pelo Sudoeste do Estado de São Paulo, enquanto o da Petrobrás entrará pelo Noroeste. Nós escoaremos a produção por Santos, e a Petrobrás por outros dois terminais.”
A Brenco, porém, não descarta parceria com a estatal. A empresa procura sócios no mercado para a construção do alcoolduto. A Petrobrás informou que não foi procurada pela Brenco e os únicos dois projetos de álcoolduto já confirmados em seu orçamento são o que liga Senador Canedo à Paulínia, em parceria com a Mistui e a Camargo Correa, e outro que vai cruzar o Paraná, em parceria com o governo local.
Autor: O Estado de S Paulo – Kelly Lima