As bentonitas são argilos-minerais do grupo das esmectitas e podem ser encontradas na natureza de diversas formas, sendo as mais comuns a SÓDICA e a CÁLCICA. Estas duas denominações referem-se ao cátion livre em sua composição. No Brasil encontramos naturalmente as bentonitas cálcicas, já as bentonitas sódicas são encontradas naturalmente em depósitos na Argentina (Patagônia) e nos EUA (Estado do Wyoming). As bentonitas cálcicas podem ser transformadas em sódicas através de um processo químico chamado ATIVAÇÃO, que consiste na adição de carbonato de sódio (barrilha) e assim trocando quimicamente o cátion livre. As bentonitas sódicas são as únicas que apresentam
inchamento na presença de água, portanto são as que têm mais vastas aplicações na indústria e na engenharia civil.
A capacidade de inchamento é apenas uma das propriedades das bentonitas sódicas, as outras capacidades de interesse neste trabalho são: tixotropia, impermeabilização e resistência a compressão. Esta bentonita específica para misturas com cimento, foi desenvolvida em 2005 especialmente para a obra da Linha 4 do Metrô de SP. Após a realização da aplicação dos anéis de estabilização da seção em túneis escavados é realizada a injeção de contato entre os elementos e o terreno natural. Para este
preenchimento são utilizados grautes denominados bicomponentes, compostos por uma mistura de cimento, bentonita, água e aditivos. A bentonita tem um papel especial na estabilização da calda e no comportamento do graute endurecido, sendo de suma importância a avaliação dos requisitos técnicos necessários e controle para aplicação. Neste sentido, apresentamos neste artigo, as principais características necessárias à bentonita, ensaios para avaliação de desempenho e cuidados no uso e aplicação no graute bicomponente com base na experiencia das obras da Linha Amarela do Metrô de
São Paulo e Linha Sul do Metrô do Rio de Janeiro.