O Banco Mundial publicou recentemente um memorando econômico intitulado “Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira”, editado por Marek Hanusch. O documento discute os desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável e inclusivo na região da Amazônia Legal brasileira. Ele propõe uma abordagem multifacetada para melhorar o bem-estar da população, proteger as florestas, fomentar meios de subsistência rurais sustentáveis e estruturar o financiamento para a conservação.
A Amazônia Legal brasileira é uma região de grande importância ambiental e cultural. Ela abrange nove estados e é maior em área do que a União Europeia. A região é o lar de 28 milhões de brasileiros e abriga cerca de 60% da Floresta Amazônica, além de partes de outros biomas importantes como o Cerrado e o Pantanal. No entanto, a expansão econômica tem levado à rápida destruição dessas florestas milenares, especialmente no sudeste da região, na área conhecida como “Arco do Desmatamento”. Isso ameaça os modos de vida de muitas comunidades tradicionais e coloca em risco a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos da região.
O documento destaca o alto custo da inação. Segundo o estudo, o valor anual do armazenamento de carbono na Floresta Amazônica é estimado em US$ 210 bilhões, enquanto o valor de opção e existência ligado à biodiversidade e cobertura florestal soma outros US$ 75 bilhões. Além disso, os serviços ecossistêmicos da Floresta Amazônica para a região da América do Sul são estimados em US$ 20 bilhões anuais. Esses serviços incluem a chuva necessária para a agricultura da região e a proteção contra a erosão do solo e os incêndios.
O memorando econômico propõe uma abordagem multifacetada para enfrentar esses desafios. Primeiro, ele sugere melhorar o bem-estar da população promovendo a produtividade por meio da transformação estrutural em áreas rurais e urbanas. Isso inclui aumentar a produtividade agrícola e promover o crescimento econômico em setores além das commodities.
Em segundo lugar, o documento propõe proteger as florestas fortalecendo a governança territorial e florestal. Isso inclui aplicar efetivamente a legislação existente para combater o desmatamento ilegal e promover o uso sustentável dos recursos naturais.
Em terceiro lugar, o memorando sugere fomentar meios de subsistência rurais sustentáveis acessando o capital natural associado à floresta em pé e protegendo os mais pobres e os modos de vida tradicionais. Isso pode incluir promover atividades econômicas sustentáveis como a produção de produtos não madeireiros ou o turismo sustentável.
Por fim, o documento propõe estruturar o financiamento para a conservação vinculando-o à redução mensurável do desmatamento e fazendo uso de recursos públicos e privados ou soluções baseadas no mercado.
O memorando econômico do Banco Mundial oferece uma análise detalhada e propostas concretas para enfrentar os desafios enfrentados pela Amazônia Legal brasileira. É uma leitura importante para aqueles interessados em questões de desenvolvimento sustentável e conservação na região.
Resumo Executivo
Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira (worldbank.org)
Estudo completo
https://openknowledge.worldbank.org/bitstreams/8a84a864-c236-4604-91ec-0f898da0e18c/download
GT Bioeconomia Nacional
