SP Norte – Entidades ligadas a Transportes e Engenharia lançam manifesto contra a implantação do serviço de mototáxi em São Paulo

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Também preocupadas com a falta de segurança que o serviço de mototáxi impõe aos cidadãos, quatro entidades ligadas aos setores de transporte e engenharia lançaram um manifesto contra esse tipo de transporte na cidade de São Paulo. O Instituto de Engenharia, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP) e a União Internacional de Transporte Público (UITP) publicaram nesta quinta-feira (30) documento em que se posicionam contrariamente à implementação do serviço de transporte de passageiros em motos com uso de aplicativo.

O serviço de mototáxi em São Paulo foi suspenso pela Justiça no último dia 23, reforçando Decreto Municipal de janeiro de 2023 que já proibia tal atividades no município.

O vice-presidente do Instituto de Engenharia, Ivan Whately, explica que as entidades foram motivadas a lançar esse documento pela forma agressiva como o serviço foi imposto para a cidade. “As empresas impuseram um serviço como se a cidade não tivesse dono. Se a situação vingar, vai na contramão do desenvolvimento da nossa cidade. A decisão da Justiça está correta em proibir os mototáxis na cidade”.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, tem se colocado frontalmente contra a implantação desse modelo na cidade. “As empresas estão preocupadas com o lucro, e não com a vida das pessoas”, disse.

O documento demonstra que a legalização de mototáxis traria graves consequências, principalmente para a saúde pública. “A introdução do serviço de mototáxi tende a aumentar os acidentes, resultando em mais vítimas e sobrecarga no sistema de saúde pública. Esses acidentes, também, comprometem o atendimento de outras emergências”.

Além disso, provocaria transtornos na mobilidade urbana e na segurança pública. “Os acidentes, agravados pelo serviço de mototáxi, geram problemas no trânsito e congestionamentos significativos que atrasam a rotina da população e aumentam os custos sociais. Os motociclistas clandestinos no serviço de mototáxi também podem facilitar crimes, como assaltos, dificultando a identificação e o rastreamento de criminosos”, diz o manifesto.

Na opinião de Whately, a Prefeitura tem realizado medidas viárias para diminuir o número de acidentes nas ruas da capital, citando a Faixa Azul. “Temos uma diminuição de acidentes, de mortes, mas não podemos deixar os mototáxis no nosso viário”, observa o vice-presidente do Instituto de Engenharia.
“A implementação do serviço de mototáxi em São Paulo seria um grande retrocesso, afetando gravemente a segurança, a mobilidade e a gestão de recursos públicos”, conclui o documento.

Fonte: SP Norte