Por José Eduardo Cavalcanti – É preciso atentar para a macrodrenagem da RMSP

Por ocasião da apresentação pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras – SIURB – dos Novos Cadernos de Drenagem da Cidade de São Paulo no último dia 27 de setembro no auditório do Instituto de Engenharia, o Presidente do IE, Engº José Eduardo Jardim, em sua saudação, louvou a iniciativa da SIURB no mapeamento das áreas críticas das sub bacias hidrográficas municipais incluindo as medidas estruturais sustentáveis e de controle para a diminuição dos impactos resultantes das inundações recorrentes que afligem estas áreas servindo como subsídios para o Plano de Ações do Plano Diretor de Drenagem do Município (PDD),

Em seu pronunciamento, ressaltou também, por oportuno, a necessidade de se atentar para o planejamento da macrodrenagem destas águas a cargo do Governo do Estado, uma vez que toda a Região Metropolitana, não somente a Capital está inserida na bacia do Alto Tietê em que é clara a deficiência da micro e macrodrenagem, cuja capacidade de escoamento das águas não tem acompanhado o aumento dos deflúvios superficiais por conta da crescente impermeabilização da macro metrópole e dos eventos relacionados às mudanças climáticas.

A capacidade de escoamento dos rios que compõe a bacia do Alto Tietê não está sendo suficiente para o escoamento das águas por ocasião dos episódios de grandes precipitações afetando inclusive as cidades localizadas próximas ao curso do Tietê a jusante como Pirapora, Santana do Parnaíba, Itú e Salto, mesmo contando-se com o recurso da reversão das águas, por bombeamento, para a represa Billings.

Aliás, com relação a estas estruturas de bombeamento localizadas ao longo do rio Pinheiros, necessárias para o controle das cheias do Tietê e de seus afluentes, a instalação de novas bombas na Usina São Paulo é uma medida essencial que se faz urgente como já mencionado em artigos anteriores postados neste espaço (As enchentes de São Paulo e as Bicicletas) tratando deste tema, sob pena de repetirmos a inundação de 2019 que afetou áreas circunvizinhas ao baixo Pinheiros.

Os projetos visando a implantação de reservatórios de armazenamento nas diversas sub bacias do município como indicam os cadernos de drenagem da SIURB para a retenção do escoamento superficial excedente são intervenções absolutamente necessárias que servirão quando concluídas para o controle das cheias localizadas, mas insuficientes para a redução dos riscos de inundação em vários pontos da bacia do Alto Tietê em eventos críticos cada vez mais frequentes.

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José Eduardo Cavalcanti é engenheiro consultor, diretor do Departamento de Engenharia da Ambiental do Brasil, diretor da Divisão de Saneamento do Deinfra – Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), conselheiro do Instituto de Engenharia, e membro da Comissão Editorial da Revista Engenharia. E-mail: [email protected]

*Os artigos publicados com assinatura, não traduzem necessariamente a opinião do Instituto de Engenharia. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo