O Instituto de Engenharia realizou a palestra “A Evolução do Mercado de Hidrogênio Verde – H2V no Brasil” no dia 19 de setembro, em sua sede.
Se você não conseguiu assistir o evento ao vivo, assista agora à gravação do evento:
Clique aqui para conferir as fotos do evento
Depoimento:
“A idade da pedra acabou não porque acabou a pedra” – Marcelo Linardi.
Com certeza esse evento foi memorável, não só pelo conteúdo discutido, mas pela presença de pessoas ilustres.
Ao chegar naquele lugar amplo, arborizado e histórico no centro da Vila Mariana em São Paulo, já tive um bom pressentimento. De imediato tive o privilégio de conhecer, nada mais, nada menos que uma lenda no estudo do Hidrogênio como combustível: Marcelo Linardi (IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). E pasmem, um dos temas de nossa conversa foi sobre temperos. Sim, ele tem uma vida além da pesquisa!
Além do Marcelo, tive a honra de encontrar pessoalmente Roberto Bartolomeu Berkes que é Vice-Diretor da Diretoria Operacional do IE e que já nos conhecíamos através de um grupo de pesquisadores de Hidrogênio no whatsApp.
Durante a abertura do evento, foi falado que o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá é uma grande potência na produção do H2 com baixo carbono e que vivemos não uma transição energética, mas sim uma transformação energética.
Edson Wendland, da secretaria estadual da ciência, tecnologia e inovação do Estado de São Paulo, deixou claro que a secretaria irá apoiar todas as rotas tecnológicas que temos em andamento.
Segundo Marcelo Linardi, fazendo uma analogia entre o primeiro carro apresentado por Henry Ford, o qual não havia infraestrutura nem leis de segurança e o custo era alto, o caminho percorrido entre o presente com o uso do Petróleo e o futuro com o Hidrogênio é um caminho longo, gradual e seguro.
Durante os painéis seguintes, João Costa da Daimler Trucks apresentou o caminhão GenH2, uma brilhante obra de engenharia. Trata-se de um caminhão elétrico com célula de hidrogênio com autonomia de 1.000 km e com previsão de produção em série para 2027.
Para a Daimler, hoje, o mercado tende a utilizar baterias em caminhões leves, que fazem entrega urbana. Já para os veículos on road a tendência será caminhões movidos à célula de hidrogênio e para os caminhões vocacionados o futuro será propulsão com motores à combustão de H2.
A Marcopolo, representada por Gustavo Giusti, apresentou o trabalho realizado nas reformas dos ônibus movidos à hidrogênio que rodam na USP (Universidade de São Paulo). Fatos interessantes foram que, mesmo esses ônibus estando parados desde 2017 as baterias e tanques de hidrogênio ainda estavam “funcionais”.
Com relação à infraestrutura portuária para o H2V as mudanças estão se fazendo necessárias pois a Europa será um grande consumidor desse produto e metade do H2V consumido, deverá ser importado. Além da exportação de H2V e de ser uma HUB de energia a partir do Gás Natural, os portos precisam fazer adaptações devido às mudanças climáticas que interferem no comportamento das ondas, por exemplo.
Outros players como Weg, Hytron e Shaft consultoria apresentaram tecnologias surpreendentes que farão a transformação energética acontecer com segurança.
As Associações ABSOLAR e ABEEólica mostraram números e tendências que provam que essas novas formas de obtenção de energia serão vitais para a produção do H2V.
O futuro é promissor. O Brasil, que possui uma matriz energética e elétrica muito mais limpa e verde que o restante do mundo, tem tudo para ser o protagonista da história da transformação energética.
Por Simone Cotrufo França
Carcon Automotive
Este evento foi realizado por: