A bioeconomia, que busca soluções sustentáveis para os desafios globais, enfrenta um grande obstáculo: a simplificação da paisagem agrícola e a homogeneização genética desde a década de 1960. A Revolução Verde, embora bem-sucedida em combater a fome, trouxe consigo a perda de biodiversidade dos solos e o uso intensivo de agrotóxicos, com consequências diretas para a saúde humana e o meio ambiente. A engenharia tem um papel crucial nesse cenário, desenvolvendo tecnologias que possam reverter os danos causados e promover uma agropecuária regenerativa. O excesso de antibióticos na pecuária, por exemplo, é um desafio que requer soluções inovadoras para garantir a segurança alimentar sem comprometer a saúde pública. Diante desses desafios, a engenharia deve estar alerta e trabalhando multidisciplinarmente na busca de soluções inovadoras para contornar e, mais importante, evitar tais problemas.
O Brasil, com seu vasto potencial agrícola, tem a oportunidade de liderar essa transição, e a engenharia será uma aliada essencial nesse processo. Vale destacar que um estudo sobre os riscos da monotonia do sistema agroalimentar foi selecionado entre os top 20 para publicação pelo G20, sublinhando a urgência e relevância do tema.
A Cátedra Josué de Castro da Faculdade de Saúde Pública da USP e o Instituto Comida do Amanhã tiveram seu trabalho (https://x.gd/lHQeS) selecionado na última reunião do G20 para compor um livro a ser lançado em novembro deste ano.
Essa matéria foi publicada originalmente em: https://ricardoabramovay.com/2023/09/superar-a-monotonia-agroalimentar/
