Levantamentos recentes apontam que o Porto de Santos movimentou em 2022 os volumes recordes de 162,5 milhões de toneladas e 5 milhões de TEUS. Até 2030, se prevê um total de 210 milhões de toneladas.
Importante considerar também que a recuperação do transporte por cabotagem, ora em estudos avançados, bem como os seus respectivos marcos legais, e a extensão da Rota da Seda para a América do Sul deverão trazer forte impacto nessa movimentação, podendo superar o total estimado para 2030.
Outros destaques implícitos a essa projeção de crescimento exponencial recaem sobre os pesados investimentos no macroprojeto da Zona de Processamento de Exportação e Reindustrialização (o Porto Indústria) e a consolidação do Parque Tecnológico, que gerarão grande impacto na parte continental de Santos e cidades vizinhas (Cubatão, Guarujá, São Vicente e Praia Grande).
Esses projetos reforçarão o protagonismo do Porto de Santos como principal corredor de comércio exterior sul-americano, porém, a logística de acesso para alimentar e dar suporte a esse aumento de movimentação de cargas ainda não está resolvida.
Na raiz da questão, o acesso ao porto de carga se dá majoritariamente por caminhões e através de um sistema rodoviário saturado (pela Via Anchieta, construída em 1947). Mesmo com a implantação da Rodovia dos Imigrantes, o gargalo persiste, uma vez que, devido à sua rampa, a rodovia não permite a descida de cargas.
As vias Anchieta e Imigrantes chegam em um mesmo nó de congestionamento e toda e qualquer paralisação local gera transtornos para a operação do porto.
Reside nesse fato a necessidade de implantação de um novo corredor multimodal pelo eixo Suzano/Santos, não apenas um ramal estratégico, como uma necessidade para a nova chegada do Porto de Santos em sua margem esquerda.
A justificativa para a implantação desse novo corredor multimodal entre Suzano (no Rodoanel Leste) e a parte Continental de Santos atende aos novos planos regionais de desenvolvimento do vetor Leste da Região Metropolitana de São Paulo, que também inclui o desenvolvimento exportador projetado para o Vale do Paraíba. Ambas são partes integrantes das plataformas logísticas no Rodoanel Leste voltadas ao Porto de Santos.
Plataformas Logísticas
Integradas e na mesma faixa de domínio de um sistema rodoviário com 4,5% de rampa máxima, correrá o sistema de trilhos para contêineres, cujos carros serão tracionados por motorização linear, com tecnologia para subir rampas sem cremalheiras nem cabos de até 6,5%, alimentados por energia elétrica e sistema de auto alimentação. Tal sistema de trilhos obedece a todos os protocolos mundiais de defesa do meio ambiente.
Além disso, se prevê no futuro estudos para uma versão voltada para passageiros, com integração junto ao Metrô Sapopemba/Santos.
Foto: divulgação