A pedido do CNN Brasil Business, professores e empresas listaram quais perfis profissionais podem surgir com o avanço das tecnologias descentralizadas. Veja oito profissões que devem se destacar:
Programadores
Os programadores terão a função de construir redes descentralizadas e contratos inteligentes (códigos de softwares que gerenciam ativos digitais), além de criar formas de fazer com que os jogadores continuem entrando no programa.
A professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Tatiana Revoredo afirma que os jogos em blockchain, por exemplo, precisam se otimizar constantemente para que novos usuários entrem na plataforma e comprem suas criptomoedas.
“Pois, caso contrário, o rendimento de um determinado ativo digital pode até crescer, mas cairá e todo recurso colocado pelo usuário [para começar a jogar] poderá ser desvalorizado”.
Engenheiros de software
Empregos para realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) já estão em alta. Durante a próxima década, Revoredo diz que as empresas vão precisar de milhares de engenheiros de software com habilidades nessas duas tecnologias para desenvolver a próxima plataforma de computação, software e aplicativos para os mundos virtuais do metaverso.
Para ela, as habilidades necessárias vão além do conhecimento em informática. O profissional precisará estar familiarizado com tecnologias 3D interativas.
Desenvolvimento de redes móveis e fixas
A necessidade de fornecer simultaneamente velocidades aprimoradas e latência ultra-baixa e uniforme colocará à prova tanto as redes fixas quanto as móveis. E a realização destes sistemas exigirá otimização da tecnologia.
Dessa forma, para Caroline Dalmolin, head de growth platform partnerships Latam da Meta, dona do Facebook e Instagram, os desenvolvedores de redes terão a tarefa de otimizar os sistemas de velocidade.
Designers
O metaverso possuirá um conjunto muito diverso de atividades, como jogos, shows, compras, estudo, trabalho e outros. Essas tarefas deverão ser desenvolvidas por profissionais que consigam projetar “experiências significativas” para os usuários, entendendo suas necessidades, motivações e características, declara Igor Hosse, professor da Anhembi Morumbi.
Hosse destaca que o designer precisará entender as potencialidades das tecnologias atuais, como realidade virtual, realidade aumentada, realidade mista e “outras que ainda estão por vir”.
Outra área que o designer poderá trabalhar é a parte de governança do metaverso, já que a tecnologia possibilita que os usuários não apenas interajam, mas participem da criação do mundo, inclusive opinando e decidindo sobre o futuro de cada experiência.
“E para ser possível, novas formas de governança deverão ser desenvolvidas [pelos designers] para que a comunidade se sinta engajada e participativa”, diz o professor.
Especialistas em direito no metaverso
À medida que as tecnologias avançam, novas possibilidades e modelos de negócios são criados. Para acompanhar a inovação, muitas vezes as leis precisam ser reformuladas, simplificadas ou expandidas.
Nos últimos anos, diversos desafios foram impostos ao ambiente jurídico, que resultaram, por exemplo, no Marco Civil da Internet e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
E com o avanço do metaverso, assuntos ligados à tecnologia blockchain, como smart contracts, organizações descentralizadas (DAOs), NFTs e criptoativos começaram a ser debatidos.
Dessa forma, para Hosse, especialistas da área de direito ajudarão a criar um ambiente jurídico mais seguro, estimulando a geração de novos negócios.
Gerente de produto e marketing
As empresas vão precisar de gerentes de produto para melhorar a experiência do usuário final, testando e resolvendo falhas e impulsionando o desenvolvimento de produtos com múltiplas equipes de engenheiros e designers, apontam os especialistas.
Os profissionais devem conseguir criar e executar uma campanha publicitária imersiva e interativa ou uma experiência que combine as linhas entre o físico e o digital, diz a professora do Insper.
Dos cerca de 3.200 empregos publicados na página de carreira da Meta, quase 2.400 são para vários tipos de gerente de produto.
Storytelling (contadores de histórias)
Ao contrário dos atuais “escritores” de videogames, os contadores de histórias no metaverso operarão em um nível superior, pois serão responsáveis pela elaboração de um enredo envolvente e convincente para vários gêneros de jogos e experiências, como ação, esporte, simulação, entre outros, declara Tatiana.
A professora aponta que os contadores precisarão criar uma narrativa eficaz, que envolva uma compreensão profunda das emoções humanas, a fim de “realmente emocionar um determinado público”.
Os profissionais trabalharão ao lado dos programadores, designers e desenvolvedores para criar a aparência de um jogo, podendo ajudar no desenvolvimento de melhores narrativas.
Segurança de sistema e segurança cibernética
A head da Meta enxerga que os profissionais que garantam a segurança de dados e a integridade das pessoas dentro de um mundo virtual compartilhado serão essenciais para o metaverso.
“A integração de diferentes ambientes reunirá uma quantidade considerável de dados e, portanto, se tornará atrativo para ataques cibernéticos”.
Por isso, segundo Dalmolin, também será importante que empresas se protejam e tenham profissionais especializados para que possam corrigir problemas o mais rápido possível.
Fonte: CNN Brasil