Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1° Edição, o professor Giorgio De Tomi, do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica (Poli) da USP, conta sobre o projeto do Núcleo de Pesquisa em Mineração, do qual faz parte, para promover a mineração responsável em áreas de garimpo.
Inicialmente, Tomi destaca que o garimpo, também conhecido como mineração artesanal, é uma atividade legalmente estabelecida no País. “A imprensa muitas vezes utiliza a palavra ‘garimpo’ como sinônimo de ‘extração ilegal’, o que não é correto. Desde que cumpra a legislação ambiental, a trabalhista e opere formalmente, essa mineração de menor porte é legal e garantida pela Constituição”, diz.
Com as crescentes exigências em relação à mineração, o professor afirma que o processo de regularização da lavra garimpeira se tornou ainda mais demorado e complexo. “Agora, além das exigências técnicas, econômicas, trabalhistas e gerenciais, há também as exigências ambientais”, conta Tomi, que usa, como exemplo, o recente compromisso do Brasil com as metas da COP26 para a redução da emissão de carbono. “Uma das grandes ambições do nosso projeto é capacitar esses garimpeiros e propor a eles alguns modelos de atuação que sejam sustentáveis a longo prazo. Estamos atuando com duas corporativas na região amazônica, onde a urgência para achar um caminho de evolução é maior”, completa.
Por fim, o professor reforça a importância do apoio da iniciativa privada e outras instituições ao projeto, que conta inclusive com financiamento de um fundo do Banco Mundial. “O garimpo é uma atividade interessante e que precisa ser trabalhada”, conclui.