“Projetos de transporte, em São Paulo, permanecem durante trinta anos nas gavetas” (Adriano Branco)
Esta frase é sempre lembrada pelos técnicos quando da avaliação dos tempos decorridos entre a elaboração e a implantação dos projetos.
No caso em pauta, vale o registro de que muitos dos projetos de remodelação dos serviços rodoviários e ferroviários de passageiros, de carga e de passageiros, municipais, intermunicipais e interestaduais, datam do período entre os anos 70 e 80.
Em listagem não exaustiva, registra-se, entre os projetos que, desde então, ficaram, inconclusos ou sequer iniciados:
- Remodelação dos Serviços de Subúrbios da FEPASA e da RFFSA/SP, elaborados no início dos anos 70 e, até o momento, implantados apenas parcialmente.
- Projeto Sistran, do qual só o bem sucedido corredor da avenida Paes de Barros foi implantado. Imagem poética me ocorre no momento: a de que os projetos mais bem sucedidos são os mais indefesos e os que morrem primeiro. São como as cigarras: na forma de ninfas vivem durante dezessete anos em túneis subterrâneos e, ao fim deste tempo, escalam troncos das árvores, transformam-se em belíssimos insetos, cantam seus estridentes chamados e, depois de uma semana,
- O Anel Ferroviário de São Paulo foi elaborado nos anos 50, visando atender à nascente indústria automobilística da região do Grande ABC; até hoje dorme nas gavetas dos governos estadual e federal. Resumo bastante simplificado da inglória história do projeto original do Anel Ferroviário segue no Anexo.
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REGINALDO A. DE PAIVA*
Diretor secretário da Diretoria Executiva (2014/2015); representante do Instituto de Engenharia na Comissão Pré-Centro e na Operação Urbana Águas Espraiadas e na Comissão Licitatória de Concessões Rodoviárias (Secretaria de Estado dos Transportes); membro do Conselho Editorial da Revista Engenharia.
*Os artigos publicados com assinatura, não traduzem necessariamente a opinião do Instituto de Engenharia. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.