O “Simpósio Internacional: Uma Amazônia Inovadora e Sustentável” (Sipais), promovido pelo Instituto de Engenharia no mês em que completa 105 anos, abriu suas atividades nesta terça-feira com a reunião de várias autoridades ligadas ao bioma amazônico.
Hamilton Mourão, vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, abriu as atividades com um raio-X da região.
“É necessário despertar a atenção de todos para a enorme diversidade, que na maior parte não é compreendida nem pelos demais brasileiros, sequer pelos países de fora do nosso continente”, falou Mourão.
Ele também explicou que a abordagem de um debate público como esse, promovido pelo IE, falando sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia, poderá cooperar fortemente para a conscientização ambiental do povo brasileiro.
“As questões ligadas ao meio ambiente estão na ordem do dia do século 21, variáveis de primeira grandeza. O estado brasileiro não compactua com ações que estejam fora da lei. Mas ainda falta articulação com o resto do brasil. Na Amazônia ainda temos cidades tão isoladas que o tempo não se conta em horas, mas sim em dias”, discursou o vice-presidente.
Mourão também elencou as ações urgentes para o bioma: contribuir para promover a cooperação internacional na Amazônia; gerir iniciativas e projetos para áreas de infraestrutura, energia, logística, educação e pesquisa com foco no desenvolvimento sustentável da região; bem como debater o uso de fontes públicas e privadas para financiamento destas ações e mensurar as questões ambientais, sociais e de governança, bem como segurança, qualidade de vida, ecossistema econômico, tecnológico, entre outros.
José Wagner Ferreira, chairman do evento, disse viver um momento emocionante com o Sipais. “A integração das nações da Amazônia levará esse continente para frente. O Instituto de Engenharia pensa, acima de tudo, nesse País. Esse é o motivo dessa reunião”, disse.
O senador Nelson Trad Filho, presidente do Parlamento Amazônico, aponta que a Amazônia é um patrimônio vivo. “Oferece um celeiro de oportunidades, em que a proteção da cobertura florestal é concebida como pré-condição e componente estratégico para o desenvolvimento”, declarou.
Trad Filho ainda disse que a floresta tem que ser encarada como um ativo a ser preservado e explorado, não como recurso para ser consumido. “A preservação da Amazônia deve ser encarada como desafio corajoso e estímulo para a inovação, e não um obstáculo a ser superado. Para isso serve esse simpósio”, acrescentou.
Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério das Relações Exteriores, disse saber que persistem desafios para a infraestrutura na região amazônica.
“Investimentos em infraestrutura devem ajudar esse quadro e gerar oportunidades econômicas para as populações locais, contribuindo no desenvolvimento sustentável com a conservação e valorização das potencialidades amazônicas”, explicou o secretário, ao citar as preocupações do governo com a região.
Participações internacionais
Dario Montoya Mejia, embaixador da Colômbia, ressaltou a importância de políticas públicas para o manejo desse território, bem como levar ao mundo uma mensagem comum.
“Precisamos da integração logística, pois hoje a floresta nos une e também nos separa. Pensamos, na Colômbia, em uma proposta conjunta de turismo entre os países para que o mundo visite a Amazônia”, disse Mejia.
Alexandra Moreira López, secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA) relembrou que oito países compartilham esse bioma complexo. “Isso faz requerer medidas multissetoriais e geração de cooperação para enfrentar os desafios. A região necessita de soluções permanentes, diversas e em escala. Há várias Amazônias dentro da Amazônia”, apontou.
Javier Yépez, embaixador do Peru, declarou que os objetivos do simpósio coincidem com os do governo peruano. “Preservar a Amazônia, a maior reserva de água doce do mundo, e desenvolver de maneira sustentável com os países que compartilham o espaço amazônico”, falou.
Carlos Alberto Velástegui Calero, embaixador do Equador, esclareceu que o planeta enfrenta hoje e em seu futuro imediato grandes desafios, dentre os quais, a crise climática, a perda da biodiversidade e alteração de ecossistemas, e a presença de pandemias, como a covid-19.
“Assim mesmo, o século 21 se caracteriza por três elementos fundamentais: a transição, como de uma economia linear para circular; a tecnológica, com blockchain e inteligência artificial; além da informação, mediante dados, metadados e plataformas”, exemplificou Calero.
O Simpósio
O Sipais do Instituto de Engenharia conta com vários painéis e debates até o dia 28 de outubro.
O objetivo é de sensibilizar sobre a importância de uma cooperação internacional, dos mais diversos ecossistemas, para desenvolver e escalar ações sinérgicas e sustentáveis com países da Amazônia. Desse modo, promover a verdadeira revolução ESG através da engenharia.
Propostas reais
Ao final, o SIPAIS consolidará uma síntese, sugestões e transcrição dos painéis realizados nos três dias de simpósio do Instituto de Engenharia e as contribuições voltadas para um desenvolvimento sustentável da Amazônia.
O resultado desse trabalho será encaminhado ao Conselho da Amazônia Legal, ao Parlamento Amazônico, à OTCA, autoridades, embaixadas, setor financeiro e para toda a sociedade civil.
Como se inscrever?
A inscrição ao SIPAIS será feita no site do Instituto de Engenharia (www.institutodeengenharia.org.br/SIPAIS). O inscrito receberá um link em seu e-mail e terá acesso às transmissões por plataforma eletrônica webinar.
Sobre o Instituto de Engenharia
O Instituto de Engenharia (IE) é uma sociedade civil sem fins lucrativos. Em outubro completa 105 anos de tradição, credibilidade e comprometimento com o desenvolvimento do Brasil.
O IE realiza estudos e debates temáticos para direcionar o desenvolvimento do país em áreas estratégicas como energia, mobilidade, logística, infraestrutura, tecnologia e agronegócios.