Eleito no último dia 24 de março, o engenheiro Civil, Paulo Ferreira, está à frente do Instituto de Engenharia. Nesta entrevista, ele fala sobre os desafios, objetivos de gestão e um pouco de sua história no IE
Instituto de Engenharia – O que o levou a se associar ao Instituto, o que esperava na época?
Paulo Ferreira – Conheci o Instituto de Engenharia desde os tempos de estudante. Na década de 60 com efervescência cultural muito grande em todos os setores, na Engenharia não poderia ser diferente. E os grandes debates ocorriam no IE. Fascinado pela profissão ouvia extasiado os debates e lia com atenção as propostas dos grandes colegas que ali militavam. Essa é a tradição do IE e representa um grande motivo para um recém-formado.
IE – Como foi sua ascensão a cargos no IE e por quais já passou?
Paulo Ferreira – Comecei meu envolvimento no IE por meio de um convite do colega Prof. Alfredo M. Savelli. Minha primeira participação na politica do IE foi me candidatando ao Conselho Deliberativo, mas não fui eleito. Participei das Divisões Técnicas, especialmente a Divisão de Engenharia Sanitária, fui eleito depois para o Conselho Deliberativo por alguns mandatos, fui diretor da Revista Engenharia, na gestão do Eng. Savelli e, na gestão do colega Eng. Edemar Amorim, fui vice-presidente de Atividades Técnicas, membro do Conselho Consultivo.
IE – O senhor passa a presidir o Instituto de Engenharia em meio a um processo de crise sanitária, fato que levou o Instituto a acelerar sua adaptação ao sistema digital, que já vinha em implantação, e vem avançando. Qual linha de condução dará a esse assunto? O Instituto de Engenharia será uma entidade híbrida (presencial e online)?
Paulo Ferreira – O IE tem como característica estar na fronteira do conhecimento e na liderança das questões que envolve a Engenharia.
O colega Eng. Eduardo Lafraia, o mais longevo presidente desta nossa Casa, fez uma brilhante e profícua gestão, e uma das áreas que ele focou com bastante propriedade foi a de TI, o que tem possibilitado ao IE superar essa fase de pandemia com razoáveis condições.
Embora nada substitua o contato pessoal e a fraterna convivência que é um dos pontos do nosso IE, estamos enfrentando a situação presente de forma razoável e aguardando com ansiedade a volta à normalidade.
Devemos prosseguir nessa linha e procurar caminhos que atendam aos nossos associados e objetivos. Passada a fase crítica da pandemia, deveremos nos adaptar a um certo grau de hibridismo.
IE – Qual o principal objetivo de sua gestão?
Paulo Ferreira – O principal objetivo desta gestão e seguir fielmente às tradições centenárias do IE, colaborando com a sociedade, oferecendo oportunidades aos associados, incentivar a participação de jovens e mulheres nas nossas atividades.
IE – Quais desafios acredita que terá de enfrentar? Como pretende enfrentá-los?
Paulo Ferreira – Os desafios estão relacionados exatamente às formas e meios de atingir esses objetivos.
IE – O senhor passou um grande período na vida pública e, agora, volta ao Instituto de Engenharia. Quais aprendizados poderá trazer para sua gestão?
Paulo Ferreira – Estive fora de São Paulo nesses últimos quatro anos exercendo funções em Brasília, na Secretaria Nacional de Saneamento, e na diretoria da Telebras. Mesmo nesse período sempre mantive contato com o IE. pois, para os que estão fora e têm vínculos com esta Casa, sempre que possível, a ela retornamos.
IE – Sob sua ótica, qual é o papel do Instituto perante à sociedade?
Paulo Ferreira – O IE, como organização da sociedade civil, com grande tradição de serviços prestados continuará atento à sua Missão. Nossos Associados, profissionais diferenciados e reconhecidos pela nossa sociedade não faltarão em nenhum momento a ela servir. A Engenharia, profissão social por excelência, contará sempre com a valiosa contribuição dos associados do IE.
IE -O Instituto de Engenharia vem investindo em ações comerciais e de marketing para adesão de novos associados. Qual futuro o senhor vê para essas ferramentas, para captação de novas associações?
Paulo Ferreira – Na atualidade, não se pode prescindir do grande papel que o marketing exerce na prestação de serviços de informar corretamente sobre as ações desenvolvidas em nosso meio. Tanto quanto possível as atividades de marketing deverão ser cada vez mais implementadas e aprimoradas.
IE – Como vê a Engenharia brasileira hoje e como projeta a Engenharia no futuro?
Paulo Ferreira – A Engenharia brasileira em nada fica a dever às melhores práticas existentes em qualquer lugar. Temos pujança e competência nas áreas de planejamento, projeto, construção, fabricação, desenvolvimento de produtos e operação de complexos industriais.
Nossas limitações estão atreladas às crises econômicas que o Brasil têm enfrentado, e faz parte da nossa Missão contribuir para que o País vença rapidamente essas limitações.
Sou otimista em relação ao futuro e não tenho dúvidas de que a superação dessas dificuldades passa pela Engenharia.
IE – Como o senhor vê a relação desta entidade centenária com os jovens engenheiros (as).
Paulo Ferreira – Os jovens têm no IE um enorme ativo para ser utilizado; fraternidade, experiência, disposição para compartilhar conhecimentos, networking, aprimoramento profissional etc. Resta aos jovens profissionais utilizarem todo esse potencial em seu aprimoramento profissional.
IE – Como se sente chegando à presidência do Instituto de Engenharia?
Paulo Ferreira – Tenho pela frente um enorme desafio. Para ultrapassá-lo temos uma Diretoria e Conselhos, e um corpo de funcionários com grande competência e todos comprometidos em bem servir ao IE e aos seus Associados, o que alivia em muito as minhas pesadas responsabilidades.
IE – Um recado para os associados ao Instituto de Engenharia.
Paulo Ferreira – Os colegas associados podem contar com toda a dedicação e empenho de todos nós. E convidamos a todos, sem exceção, a contribuírem com suas ideias e propostas para que nosso Instituto de Engenharia seja cada vez melhor na direção dos seus altos compromissos com os associados e com a Sociedade.
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