Após o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciar apoio financeiro a uma vacina desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, o reitor da universidade, Vahan Agopyan, divulgou nota em que ressalta a importância da pesquisa científica, defende a liberação de recursos contingenciados e destaca que o repasse de mais verbas poderia acelerar o estudo de imunizantes e de outros temas importantes à sociedade.
No texto divulgado neste sábado, 27, a principal crítica é o congelamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A liberação havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, mas foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro. No último dia 17 de março, o congresso derrubou o veto, mas a decisão ainda não foi promulgada.
“A Reitoria da USP expressa sua satisfação de que essas pesquisas tenham sensibilizado o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações a apoiar financeiramente os estudos clínicos, e ressalta que, se os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cuja arrecadação prevista para 2021 é cerca de R$ 5,3 bilhões, forem liberados integralmente (nos dois anos anteriores o contingenciamento foi superior a 80% do montante), os cientistas nacionais poderão atender mais adequadamente às demandas da sociedade.”
Na nota, o reitor da USP destaca que, desde o início da pandemia, a universidade reuniu seus esforços em estudos que pudessem “compreender, combater e minimizar os danos da covid-19 à população”. “Mais de 250 projetos foram iniciados e adaptados a esses temas e muitos dos resultados já estão sendo usufruídos pela sociedade, tendo inclusive aumentado, em 2020, a produção científica da Universidade em relação aos anos anteriores”, destacou Agopyan na nota.
Ele citou, entre os projetos, os que buscam o desenvolvimento de vacinas e destacou que alguns deles já estão em estágio avançado de testes, como a vacina da Faculdadade de Medicina de Ribeirão Preto, feita em parceria com a biotech Farmacore.
“Sete desses estudos de vacina estão em estágio mais avançado, incluindo a denominada Versamune que está sendo estudada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), juntamente com uma startup brasileira (Farmacore) e uma empresa norte-americana (PDS Biotechnology), com o uso da nanotecnologia no desenvolvimento”, detalhou.